"NÃO EXISTE PROBLEMA DE LEITURA. EXISTEM ESCOLAS E PROFESSORES COM PROBLEMAS." (Herbert Kohl)
Seja bem-vindo(a)!
O conteúdo deste blog é direcionado a professores, coordenadores pedagógicos e diretores de instituições públicas e particulares de ensino, além de psicopedagogos, pais e interessados na prevenção contra problemas de aprendizagem.
Pense Nisso!
Nada está no intelecto que não tenha passado antes pelos sentidos
(Provérbio antigo)
segunda-feira, 22 de junho de 2009
A PIPOCA (Rubem Alves)
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© Projeto ReleiturasArnaldo Nogueira Jr
22/06/2009 - 12:28:25
Rubem Alves
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Rubem Alves
Rubem Alves: tudo sobre sua vida e sua obra em "Biografias".
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quinta-feira, 18 de junho de 2009
AVALIAÇÃO PEDAGÓGICA
Outro tema polêmico.
Segundo Luckesi (1997),
“um educador que se preocupa com que sua prática educacional esteja voltada para a transformação, não pode agir inconsciente e irrefletidamente. Cada passo de sua ação deve estar marcado por uma decisão clara e explícita do que está fazendo e para onde possivelmente está encaminhando os resultados de sua ação”.
Diante dessa afirmação, o que a escola avalia no processo de ensino e aprendizagem? O que o professor avalia? Como? Avaliam o que o aluno sabe, como ele sabe, ou o que ele ainda não sabe?
A ‘nota’ é dada pelo que o aluno é, pelo que ele faz ou pelo que aprendeu?
Como são elaboradas as ‘provas’?
Quando o aluno mostra que aprendeu, há dúvidas por parte de quem ensinou? Houve ensino? Houve aprendizagem?
Essas questões foram levantadas a partir de depoimentos de pais e alunos.
Um educando, na época do fato com 8 anos, encaminhado a um especialista, psicopedagogo, conseguiu superar suas dificuldades quanto a leitura e escrita. Aprendeu a ler, interpretar, seqüenciar histórias, escrever. Em matemática não tinha problemas. Aos 9 anos, já no ano posterior (aqui no 4º ano), a professora parabenizou-o e à mãe confirmando estar ele alfabetizado.
Certo dia, a mesma professora aplicou uma ‘prova’ (avaliação) em que a maior exigência foi a sequência lógica de uma história. O aluno acertou tudo. A professora colocou o símbolo ‘c’ em todas as questões, porém junto ao ‘c’ de cada resposta certa escreveu: ‘copiou’, ‘copiou’, ‘copiou’.
O educando ficou tão indignado que a primeira coisa que falou à sua mãe quando a encontrou foi: “Mãe, olha o que a professora fez! (mostrando a prova) Ela não acreditou que eu já sei fazer isso e disse que copiei tudo de outro colega.
Pronto! Acabou, mais uma vez, o estímulo do menino.
Vamos analisar: se ele copiou todas as respostas, o que estava fazendo a professora enquanto os alunos realizavam a ‘prova’? Ela estava na sala de aula? Estava atenta ou distraída? Se estava atenta ela viu o aluno copiando dos colegas e não se manifestou? Por quê? Para depois constrangê-lo?
Assim ele se sentiu, constrangido.
Outra situação. Expressão de um aluno do Ensino Superior: “Não acredito! O professor ‘mandou’ estudar um conteúdo extenso para a ‘prova’, e na ‘prova’ não caiu nada do que foi estudado. Tirei “zero”.
Nota-se que o problema “avaliação” ocorre em todos os níveis de ensino. Faz reportar para as questões presentes no início deste texto.
Diz-se que a ‘nota’ do aluno é a do professor. Será verdade?
No primeiro caso relatado, pensando por esse prisma, a professora não acredita na própria capacidade de ensinar?
No segundo caso, o professor conhecia de fato o conteúdo solicitado para estudo? O que o fez substituí-lo?
Existe quem tem ‘zero’ conhecimento?
Vale ressaltar que o propósito de todo o conteúdo postado neste blog é contribuir na tentativa de melhorar a qualidade de ensino, principalmente prevenindo contra problemas de aprendizagem.
Sabe-se que a tarefa de professor, pais, coordenador pedagógico, diretor escolar é árdua, especialmente no século XXI, período de grandes transformações no universo em todos os sentidos. Por outro lado, educar, ensinar, é parte essencial no processo formativo e educativo cabendo aos responsáveis por tais funções “fazer” de acordo.
Não dá para ser pai e mãe sem educar, ser professor sem ensinar, ser coordenador sem coordenar, ser diretor sem dirigir.
Coletividade, reflexão e conscientização fazem a diferença.
O Psicopedagogo existe para auxiliar oferecendo recursos muitos vezes não percebidos.
O importante é manter o foco no sujeito aprendente, nas suas necessidades, facilitando seu desenvolvimento e o do processo educacional.
Noêmia A. Lourenço
Referência Bibliográfica
LUCKESI, Cipriano C.. Avaliação da aprendizagem escolar: estudos e proposições. 6ed. São Paulo: Cortez, 1997.
ESCOLA E INCLUSÃO: QUAL O SIGNIFICADO?
ESCOLA
Muito se discute acerca da qualidade da escola e do ensino, entendendo que realmente devem formar e transformar para a cidadania e que tenham significado de modo a evitar a pergunta: “Por que tenho que ir à escola?”.
Entre uma discussão e outra se verifica grandes contradições entre “o que se diz” e “o que se faz”. É notório também que nem sempre há o senso pedagógico.
Ao contrário do passado, não tão distante, os envolvidos no processo educativo não ‘falam a mesma língua’, embora tenham que seguir a mesma linha de trabalho. Comprova-se observando a situação de cada unidade escolar, pública ou particular.
Enquanto isso o sujeito principal (aluno) fica a mercê de um sistema controverso esperando que alguém olhe para ele e lhe ofereça o que de fato precisa.
Diante dessa problemática, (é um problema grave o qual exige atenção, reflexão e ação), como resolver? Partir de qual ponto?
O depoimento de um adolescente registrado num vídeo postado neste blog dia 17/06/09 cujo título é “Escola gerando Traumas” oferece como instrumentos para reflexão, respostas a essas indagações.
Acredita-se ser sumariamente impossível ouvi-lo (o adolescente no video) sem se prostrar à frente de si mesmo e avaliar a própria influência sobre os educandos e/ou ‘fazer vistas grossas’ para uma realidade tão cruel!
Mesmo assim há quem duvida e diz: “Ah, esse moleque está cheio de graça, não sabe o que está falando!”
Ainda que ele não soubesse o que fala, certamente, sabe o que sente, como qualquer indivíduo e conhece muito bem as próprias aspirações.
A seguir o assunto abordado será Inclusão. Mais um dilema, ou melhor, fazem da inclusão um dilema.
INCLUSÃO
Outra questão que incita fervorosos debates.
O que se entende por ‘incluir’?
A resposta, segundo o Dicionário de Português (Edições Poliglotas / Melhoramentos) esclarece e já nem seria necessário debater devido a clareza, tratando dos indivíduos com necessidades especiais.
Incluir significa: inserir, introduzir, abranger, compreender, conter em si, fazer parte.
A partir desses significados, por que não integrá-los à sociedade?
É óbvio que cada qual participa conforme suas condições, todavia precisam de apoio. É interagindo com o meio e todos que nele há que esses indivíduos se desenvolvem.
No que tange as escolas, adaptações se fazem necessárias principalmente a humana.
Na década de noventa, por exemplo, as classes especiais ficavam isoladas. Os professores dessas classes sentiam-se perdidos porque tudo o que se dizia era direcionado somente ao ensino regular.
Atualmente, está havendo integração, pois os alunos com necessidades especiais não ficam separados do grupo escolar. Eles freqüentam as salas ditas comuns (regular). Porém, vê-se que ainda há preconceito e discriminações.
Pensando na capacidade que tais indivíduos têm, não cabe mantê-los afastados dos grupos sociais, o que pode ser verificado num video intitulado “Escola Inclusiva”, também postado neste blog no dia 17/06/09.
No mercado de trabalho há muitas ofertas de trabalho para ‘deficientes’ significando que eles podem tanto quanto nós.
Falando novamente em escola, infelizmente falta preparo dos professores para lidar com a inclusão, pois, como dito anteriormente, há falta de senso pedagógico também em alguns casos. Eles têm dificuldade em utilizar a criatividade e o conhecimento para incluir os alunos com necessidades especiais e então, reclamam, reclamam, reclamam... Bem, é necessário que busquem antes de tudo o conhecimento, é claro.
É fundamental ter atenção quanto a metodologia que deve ser elaborada sempre de acordo com os estilos e modalidades de aprendizagem.
Há salas de apoio (SAPES – Sala de Apoio Pedagógico Especializado) as quais podem ser muito bem aproveitadas. Ali os educadores são especialistas e orientam pais, professores, coordenadores, diretores, enfim. Esses profissionais estão disponíveis para quem quiser auxílio.
O que deve ser evitado é pensar que não adianta incluir porque não há aprendizagem.
Tratando do ser humano, todos têm deficiências e são superadas porque cada um procura adaptar-se à sociedade de alguma forma. Todos são diferentes entre si em todos os aspectos (físico, comportamental, social, cognitivo, emocional, afetivo, psicológico). É POR ISSO QUE SOMOS TODOS IGUAIS.
Noêmia A. Lourenço
quarta-feira, 17 de junho de 2009
sexta-feira, 5 de junho de 2009
METODOLOGIA ADEQUADA
Entendendo a metodologia como um conjunto de técnicas de ensino, o professor pode desenvolver um rico trabalho utilizando vários meios promotores da aprendizagem.
É fundamental que a metodologia atenda aos alunos de acordo com o modo de aprender de cada um.
Portanto, observação e atenção por parte do educador é primordial no processo de ensino e aprendizagem.
Muitos casos de indisciplina, por exemplo, são decorrentes de métodos que não correspondem com a necessidade dos educandos.
Normalmente, o professor aplica metodologia unificada.
Considera-se esse tipo de metodologia aquele em que:
- o professor utiliza a mesma metodologia para a classe. Exemplo: passa tarefas na lousa esperando que todos copiem e executem da mesma forma. Todos os dias os alunos permanecem sentados um atrás do outro todo o período da aula;
- alunos em silêncio, sentados como citado no exemplo anterior, o professor é o único a falar. Explica o conteúdo também sentado na cadeira à sua mesa.
- somente o professor fala, porém circulando pela sala, não apresenta recursos visuais ou auditivos (músicas etc.), sua expressão é de hierarquia, séria;
- o conhecimento prévio dos educandos não é explorado e executam atividades prontas, mimeografadas, sendo que numa capinha de ‘prova’ poderiam criar ilustrações ainda que fosse com tema sugerido;
- etc.
Estes são alguns exemplos, provavelmente os mais realizados.
Quais as conseqüências dessas metodologias?
O aluno que tem facilidade em aprender por intermédio do movimento corporal (dinâmicas, dramatizações, gestos, aprender fazendo, utilizando o tato, agindo) encontra dificuldade em se concentrar, prestar atenção, e não tem interesse por métodos que não oferecem oportunidade de ação.
Educandos que aprendem melhor utilizando a visão, observando, também encontram dificuldades principalmente nos 2º e 3º itens supracitado. Eles precisam ver imagens diversas (cartazes, jornais, revistas, fotografias etc.), ver os movimentos do professor, a sua expressão facial, os gestos, enfim.
Há ainda o aluno que prefere a oralidade para aprender. O professor deve permitir que ele se expresse verbalmente, pergunte, comente, dialogue com o professor e o grupo. Ele aprende melhor ouvindo, utiliza o sentido auditivo, por isso as explicações precisam ser claras e variadas. O tom de voz do docente ao explicar é muito importante nas aulas expositivas. Tratando da necessidade de falar, contar, quem sabe não seja o caso daqueles alunos falantes que “atrapalham” a aula!
De modo geral, esses alunos são considerados, por muitos professores, hiperativos e acabam por serem encaminhados a um especialista.
Os diagnósticos precoces devem ser evitados, pois não raro o problema está na diferença entre a metodologia e a maneira como os alunos aprendem.
Esse fator é um contraste que faz com que o educando sinta-se desinteressado, desestimulado, desmotivado.
O ideal seria se os professores conhecessem diversos métodos. Às vezes o sabem, todavia não aplicam por razões explícitas e implícitas. Porém deveriam fazê-lo, pois aí sim estariam atendendo de fato ao processo cognitivo de seus educandos.
Por que se ouve com frequência que é preciso atender especialmente aos alunos com dificuldades de aprendizagem?
Se essa solicitação ocorre certamente é porque precisa mudar o jeito de ensinar esses alunos, pois os demais conseguiram absorver porque a metodologia aplicada foi somente ao encontro dos estilos e modalidades de aprendizagem deles. Por isso é essencial variar, sempre!
Referência Bibliográfica:
ANTUNES, Celso. Como identificar em você e em seus alunos as inteligências múltiplas. 4. ed. Petrópolis: Vozes, 2004.
_________. Como desenvolver as competências em sala de aula. 5. ed. Petrópolis: Vozes, 2004.
GÓMEZ, Ana Maria S.; TÉRAN, Nora Espinosa. Dificuldades de aprendizagem: detecção e estratégias de ajuda. EQUIPE CULTURAL (trad.). Brasil: Cultural, S.A.
(www. grupocultural.com)
LIBÂNEO, José Carlos. Didática. 14ª reimp. São Paulo: Cortez, 1994.
VERCELLI, Ligia de Carvalho A. Fundamentos da psicopedagogia e dificuldades de aprendizagem. UNINOVE
WEISS, Maria Lúcia Lemme. Psicopedagogia clínica: uma visão diagnóstica dos problemas de aprendizagem escolar. 13. ed. Rio de Janeiro: Lamparina, 2008.
GINÁSTICA HISTORIADA
Esse tipo de ginástica é aquele em que o(a) professor(a) conta a história e ao mesmo tempo executa os movimentos sugeridos (em negrito).
O(a) professor(a) é o modelo e as crianças vão seguindo-o.
Pode ser utilizada também como dinâmica em reunião de professores e pais.
Essa sugestão é excelente para o desenvolvimento da Psicomotricidade.
Vale ressaltar que é importante, após atividades de movimentos mais intensos, fazer relaxamento. Além disso, é ideal que o(a) professor(a) vivencie as atividades antes de aplicá-la junto aos educandos.
Segue o texto:
FOGO NO CIRCO
O circo estava armado no centro da praça. A lona era muito grande, muito grande mesmo (o professor abre os braços para dar idéia do tamanho da lona e as crianças imitam). Lá dentro havia uma porção de bichos: leão, tigre, girafa, cavalo, onça, urso e um macaco.
Era noite e estava escuro. Os bichos estavam todos dormindo. Não se ouvia nenhum barulho. Quem tomava conta do circo de noite era o Sr. João, um velhinho que sempre levava na mão uma lanterna acesa. Seu João estava sentado e ouviu um barulho. Ele se levantou e foi andando devagarinho, assim na pontinha dos pés (deslocamento de todo o grupo).
Começou a sentir cheiro de queimado e foi andando mais depressa (marcha), mais depressa, mais depressa... Começou a correr na direção do barulho e viu um fogo ainda pequenininho. Voltou correndo e passou assim, por baixo dos bancos (quadrupedismo).
Para chegar mais depressa à rua, gritou: --- O circo está pegando fogo, o circo está pegando fogo! Começou a juntar gente e logo chegaram os bombeiros.
Vieram muitos carros, e os bombeiros puseram as escadas e foram subindo (trepar) e começaram a jogar água na fogueira que já estava muito grande.
Os leões urravam (imitar), os cavalos relinchavam, os tigres rugiam, os macacos guinchavam. Os pobres macacos, que estavam presos na jaulas, começaram a pular de um lado para outro (saltar), pois o fogo já estava perto deles.
Seu João veio abrir as jaulas. Os macacos subiram pelas grades e começaram a atravessar o circo de um lado para o outro, caminhando por cima de um arame (equilibrar), com muito cuidado para não cair, até chegarem onde não havia mais fogo (colocar no chão uma corda para as crianças andarem em cima).
Os macacos também quiseram ajudar e começaram a jogar (lançar) tudo para fora do circo. Jogaram as bolas, os arcos, as roupas. Tudo que encontraram eles iam jogando.
Então os bombeiros apagaram o fogo.
Os carros começaram a voltar para o quartel dos bombeiros. Iam correndo pelas ruas (correr), com a sirene tocando assim (correr imitando barulho da sirene).
Lá no circo já estava tudo calmo outra vez.
Se João, que tinha tomado um grande susto, agora estava contente, porque tinha salvo todos os bichos. E foi feliz para casa andando (marcha final com todas as crianças cantando). FIM
Extraído de: PINTO, Gerusa Rodrigues; LIMA, Regina Célia Villaça. O dia-a-dia do professor. 3ed. Belo Horizonte (MG): FAPI. vol. V
Adaptações:
Quadrupedismo: todos se deslocando com mãos e joelhos ao chão.
Trepar: subir em cadeira, banco ou onde for possível.
Equilibrar: andar sobre corda, barbante ou uma linha feita com giz.
Marcha final com todos os participantes cantando: podem cantar a música: “Eu vou, Eu vou, pra casa agora eu vou...”. Podem aproveitar para voltar á sala de reunião, ou à sala de aula ou ainda aos lugares onde estavam sentados. Adaptar ao local e ao momento.
Saltar: pular de uma lado a outro exercitando esquerda e direita (lateralidade).
É muito divertido, descontrai, ensina, além de ser bom para a saúde (qualidade de vida).
Noêmia A. Lourenço
quarta-feira, 3 de junho de 2009
FILME: AS COISAS QUE MORAM NAS COISAS
DOCUMENTÁRIO: A INVENÇÃO DA INFÂNCIA
Provoca reflexão acerca da criança na sua essência. Realidades diferentes. Anseios? Sim.
É necessário conhecer o significado de 'ser criança'. É fundamental refletir sobre o
que a modernidade está fazendo com as crianças.
Compreendemos nossas crianças?
Até que ponto, nós pais, responsáveis e educadores, respeitamos as diferenças e o contexto familiar e social de cada criança?
Como estamos conduzindo o desenvolvimento das crianças contemporâneas?
Estamos colaborando com a evolução tecnológica ao ponto de fazer com que nossas crianças percam a infância ou nem a conheçam e se tornem homens e mulheres precoces?
As crianças gostam dessa antecipação e a entendem ou foram enquadradas sem querer? Afinal, são crianças.
O que estamos fazendo da criança que somos?
Assista ao documentário curta-metragem (curta duração) clicando no link à direita do layout. É maravilhoso!
terça-feira, 2 de junho de 2009
ORAÇÃO DO(A) PROFESSOR(A)
Referência Bibliográfica
SILVA, Mônica Ferreira da. Soluções Pedagógicas. 1.ed. Belo Horizonte (MG): FAPI, 2007. vol. III
sexta-feira, 29 de maio de 2009
IDEIAS CRIATIVAS PARA TRABALHO PEDAGÓGICO
terça-feira, 26 de maio de 2009
ESCOLA E FAMÍLIA
Na edição da revista Nova Escola do mês corrente (maio/2009) há uma matéria tratando do tema: “Culpar a família pelo desempenho do aluno”.
Alguns leitores da revista manifestaram, online, comentários muito significativos. A maioria discordou da ideia do texto principalmente quando é mencionada a devida atuação do professor e a responsabilidade da escola na ausência da família, especialmente quando essa apresenta condições precárias que interferem negativamente no processo de ensino e aprendizagem.
Foi notório o ‘fogo se alastrando’. Muito interessante!
Está claro que alguns educadores ficaram indignados pelo fato de a família ter sido, de uma certa forma, defendida.
Porém, no contexto da matéria é perceptível que a autora não fez acusações, apenas chama a atenção para um detalhe muito importante que é a isenção de responsabilidades.
As opiniões têm dois sentidos: um parte do senso comum e o outro do senso pedagógico. Pensando neste último, por que não se pode afirmar que o professor ou a escola como um todo pode reverter situações de mau desempenho do aluno caso a família não o faça? Qual é o papel da escola? De que forma o indivíduo se torna professor? Qual é a sua formação? Qual a finalidade da sua formação? Por que escolheu a profissão professor?
O que se pode fazer e deve ser feito em prol do sucesso do educando enquanto aprendiz e cidadão?
A LDBEN 9.394/96 diz que quem deve garantir a educação é o Estado, a Família e a Escola. Portanto, se refere apenas a Família? Não.
Às dificuldades de aprendizagem atribuem-se muitos fatores. Existem professores que não gostam de ensinar e por isso não atuam como deveriam.
Parece impossível, mas não é, bem como existem inúmeros profissionais trabalhando a contra gosto. Quantos garçons há, por exemplo, que são engenheiros por formação, todavia precisam de emprego nem que seja diferente da sua área profissional?
Se a família não dá conta de seu papel na vida do estudante, espera-se de quem? Na escola quem é a pessoa indicada para ensinar e que está mais próxima do aluno?
Vale ressaltar que há alguém com sintoma (problema) de que algo não vai bem por isso fracassa.
É comum o professor dizer: “Esse menino não aprende porque a família não o acompanha na sua vida escolar!” Não dá para fazer vistas grossas e negar que tal manifestação docente acontece.
Cada envolvido no processo educativo tem sua parcela de responsabilidade, tem uma função, um papel a ser cumprido. Função e papel têm significados diferentes. Uma coisa é ter uma profissão e outra é agir como profissional executando as funções cabíveis à profissão escolhida. Mas, se um não agir devo também cruzar meus braços? Se o outro fizer de qualquer jeito devo fazer igual? Devo agir satisfatoriamente somente se o outro agir da mesma forma?
Enquanto apenas se espera que o outro faça alguma coisa aquele alguém, o mais importante de todos, continua apresentando sintomas e pede ajuda.
Flexibilizar ideias é fundamental, pois para se diagnosticar um problema, hipóteses são levantadas, em qualquer setor.
Ao receber o salário no final do mês o trabalhador tem que pagar contas e verifica que o valor é justo, na medida. Mas ele lembra que no mês anterior fez uma compra a prazo e agora teve que pagar a primeira parcela. O gasto a mais não existia. Essa é uma hipótese. Outra hipótese: os descontos de impostos aumentaram. Outra hipótese: houve desconto por falta/dia dele no trabalho. Enfim, é apenas um exemplo de que é preciso avaliar antes de tomar qualquer atitude, antes de determinar uma causa.
Ser professor não é fácil, ser família também não é fácil.
O ideal não é a dependência, mas a parceria, o auxílio, a contribuição que cada um pode oferecer.
Há pessoas que são contra o “Se”. Mas ele ajuda na busca de solução porque “se” não é possível de um jeito, é possível de outro. “Se” meu aluno não consegue aprender dessa forma, facilitarei para que ele aprenda de outra.
O objetivo desse artigo não é afirmar que a escola deve fazer milagres para resolver questões que não cabem somente a ela, mas apoiar e sugerir reflexão no que tange a conscientização.
A escola pode ter meios mais eficazes de ajudar o aluno com dificuldades.
Há casos em que é a família que pede socorro e não sabe a quem ou como recorrer e proceder. Sente vergonha, medo, insegurança, enfim, acabando por utilizar mecanismos de defesa. É necessário compreender o contexto familiar.
Uma dúvida surge quanto a importância da participação da família na escola e principalmente na vida do educando pela qual ela é a responsável maior: Como atrair os pais?
Não é nada fácil porque há uma série de detalhes, o trabalho por exemplo, que interferem profundamente nesse processo, e além disso é demorado.
Todavia, poder-se-ia começar pela realização de reuniões mais atraentes, dinâmicas, envolventes, que estimulem a afetividade. O método das dinâmicas de grupo é um recurso fantástico. Elogios também, por mais simples que sejam as ações, bem como os educandos.
Os pais ou responsáveis sentem-se desestimulados quando são convocados para reuniões de pais e mestres, pois sabem que só ouvirão reclamações e cobranças. Dar oportunidade para se manifestarem, expressarem seus sentimentos, suas idéias é importante e eles sentem-se valorizados. Descobrir melhores caminhos junto a família é valioso.
Outra dica é a terapia do abraço mesmo a distância.
Ao escrever bilhetes ou comunicados, encerrar o texto dizendo “Um abraço” ou “Abraço” transforma as energias e todo e qualquer problema pode ser resolvido com mais tranqüilidade, pois forma um vínculo positivo.
A família é essencial na vida de um indivíduo e os educadores não estão errados ao pensar no dever que a mesma deve cumprir. Posteriormente trataremos exclusivamente sobre esse tema.
A escola, os professores devem usar a criatividade e as ferramentas necessárias para o bom desempenho do aluno.
Noêmia A. Lourenço
P.S. Os leitores desse blog podem acompanhar os conteúdos da Revista NOVA ESCOLA clicando no links que estão postados à direita do layout.
segunda-feira, 25 de maio de 2009
RECEITA DE ALFABETIZAÇÃO
ALFABETIZAÇÃO SEM RECEITA
A APRENDIZAGEM DA LEITURA E ESCRITA É POSSÍVEL
Toda noite pegava um pedaço de jornal que achava na obra, ou mesmo na rua. Fiquei muito tempo só olhando as letras. Foi aí que eu vi que tinha letra que aparecia muito, toda hora aparecia, e outras que eram difíceis de aparecer. Uma coisa que eu também vi é que tem letra que não fica no fim das palavras. As do fim eram a, s, o, l, m e algumas outras. As letras que não podiam ficar no fim eram como g, t, q, v, f. Vi também que só poucas letras como o, e, a, ficavam sozinhas. Tinha palavras de duas letras, não eram muitas.
Comprei um caderno e fui fazendo cópia das letras.
Um dia fiquei sabendo que meu nome estava todo escrito na identidade.
Minha namorada me mostrou onde estava o nome e eu fiquei escrevendo até saber ele todo de cor. Comecei a achar pedaço do meu nome em todo jornal que eu pegava. Um dia achei Antônio inteiro lá, no retrato de um homem que parecia muito importante. Já tinha visto ele na televisão.
Agora, eu aprendi mesmo, foi quando fiquei olhando pras placas. Na minha obra, tinha o nome da construtora: SEABRA. Brasil era o nome que estava no caderno que eu comprei. Brasil e SEABRA ficavam muito parecidos quando estavam escritos. Do jeito que começa Brasil acaba SEABRA. Fui aprendendo a ler e escrever uma porção de nomes: Antônio, Seabra, casa, São Paulo, rua, avenida, Santana, Ceará, Maria.
Fui tentando um pouquinho aqui, olhando o que já sabia, fazendo uma perguntinha ali e de repente foi como um susto porque estava lendo tudo.
Fiquei tão satisfeito que escrevi uma carta pra minha mãe que mora no Ceará.
(Antônio Costa de Abreu, transcrito de Poetizando: livro do educador, do Vereda – Centro de Estudos em Educação, São Paulo, 1994)
quinta-feira, 21 de maio de 2009
VOCÊ CONCORDA COM A AVALIAÇÃO FEITA PELO PROFESSOR? POR QUÊ?
EU SEI MAS NÃO DEVIA
Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia. A gente se acostuma a morar em apartamento de fundos e a não ter outra vista que não seja as janelas ao redor. E porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E porque não olha para fora logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E porque não abre as cortinas logo se acostuma acender mais cedo a luz. E a medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão. A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora. A tomar café correndo porque está atrasado. A ler jornal no ônibus porque não pode perder tempo da viagem. A comer sanduíche porque não dá pra almoçar. A sair do trabalho porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia. A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra. E aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja número para os mortos. E aceitando os números aceita não acreditar nas negociações de paz, aceita ler todo dia da guerra, dos números, da longa duração. A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisava tanto ser visto. A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o de que necessita. A lutar para ganhar o dinheiro com que pagar. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer filas para pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez pagará mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas que se cobra. A gente se acostuma a andar na rua e a ver cartazes. A abrir as revistas e a ver anúncios. A ligar a televisão e a ver comerciais. A ir ao cinema e engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos. A gente se acostuma à poluição. As salas fechadas de ar condicionado e cheiro de cigarro. A luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural. Às bactérias da água potável. A contaminação da água do mar. A lenta morte dos rios. Se acostuma a não ouvir o passarinho, a não ter galo de madrugada, a temer a hidrofobia dos cães, a não colher fruta no pé, a não ter sequer uma planta. A gente se acostuma a coisas demais para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai se afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. Se o cinema está cheio a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada a gente só molha os pés e sua no resto do corpo. Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não há muito o que fazer a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado. A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele. Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se da faca e da baioneta, para poupar o peito. A gente se acostuma para poupar a vida que aos poucos se gasta e, que gasta, de tanto acostumar, se perde de si mesma.
Marina Colasanti