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O conteúdo deste blog é direcionado a professores, coordenadores pedagógicos e diretores de instituições públicas e particulares de ensino, além de psicopedagogos, pais e interessados na prevenção contra problemas de aprendizagem.

Pense Nisso!


Nada está no intelecto que não tenha passado antes pelos sentidos
(Provérbio antigo)



quinta-feira, 27 de junho de 2019

A ESCOLA E O PSICOPEDAGOGO


Em postagens anteriores abordei o tema sobre parceria entre escola e família. Desta vez venho tratar de um assunto também importante o qual tem em seu contexto a relação entre escola e psicopedagogia.
Sempre ouvi dizer, principalmente quando ainda estava em formação, que "Psicopedagogo es una persona no grata en la escuela". Esta expressão nunca me intimidou, porém até hoje me chama a atenção. Observo e reflito constantemente sobre ela. Ora concluo que sim, é verdade, ora tenho dúvidas. Há um ditado popular que dá sentido às minhas dúvidas, pois "onde há fumaça, há fogo".
Cabe também mencionar que frente a esta relação, escola e psicopedagogia, "há dois pesos e duas medidas".
Nota-se que, ao mesmo tempo em que o psicopedagogo enquanto profissional sofre certa rejeição, é aquele alguém que tem condições de trazer uma boa dose de esperança tanto para a família quanto à escola, uma vez que é um indivíduo preparado para auxiliar numa situação difícil para todos os envolvidos no processo de ensino no que se refere especialmente à aprendizagem.
A família é a que menos consegue resolver sozinha as dificuldades de aprendizagem de seu(s) filho(s), por outro lado a escola possui alguns recursos que poderiam e podem facilitar na superação dos problemas, mas apresenta-se também insegura, e quando se depara com a possibilidade de solucionar as situações difíceis no campo citado não sabe o que fazer.
Ocorre que talvez a Gestalt, a Psicanálise, o Behaviorismo e o Sócio-interacionismo, teorias que fundamentam a prática pedagógica no sentido da percepção, ponto de vista, da psiqué, dos estimulo e resposta formatando o ambiente e a interação indivíduo e meio, fariam a diferença no âmbito da aprendizagem se os educadores buscassem estas contribuições, no mínimo, em sua formação. Deste modo, evitariam prejuízos no processo educativo abrindo-se seguramente à relação em discussão: escola e psicopedagogo.
Assim como a família, a escola deixa claro o receio em expor suas fragilidades, porém tal comportamento torna-se compreensível, pois espera-se que "a escola seja perfeita e faça milagres", porém não existe perfeição. Se há falhas é porque houve tentativas e independe apenas de um. O trabalho educativo escolar envolve várias partes, cada um cumprindo seu dever.
É extremamente importante que o psicopedagogo seja visto como aquele que está pronto para auxiliar a escola e o aluno em suas dificuldades no ato de ensinar e aprender, apenas isto, e não um "crítico destrutivo" que aponta erros pelos erros sem oferecer subsídios que favorecem o sucesso escolar dos educandos. É esta a função deste profissional.
Todavia, para que tudo dê certo, ele precisa de espaço para agir de maneira que possa estabelecer parceria entre escola, família e o aluno sendo este o elemento principal do conjunto.
A resistência por parte da escola dificulta o trabalho psicopedagógico. Este quadro precisa mudar. O psicopedagogo é um parceiro disposto a colaborar em prol de resultados satisfatórios na sala de aula, partindo do apoio às práticas pedagógicas.
É fundamental que se tenha o olhar voltado ao coletivo, à turma. Entretanto, é essencial estar atento ao individual, ao aluno que manifesta comportamento diferente da turma referindo-se a todos os aspectos do desenvolvimento humano, comportamento este dito "inadequado" à sala de aula. É ainda imperioso perceber o educando que "tem dificuldade" em aprender a ler, escrever, calcular etc. e estar também disposto a ajudà-lo. Não é fácil, porém não é impossível.
Vale ressaltar que tudo na vida é arte, portanto espera-se que o educador seja um artista e que consagre sua arte a partir de sua sensibilidade.
O psicopedagogo ajuda, e não atrapalha. Ele é sim "persona grata en la escuela", seja o clínico e/ou institucional. Psicopedagogo Institucional tratando-se literalmente da atuação em escola.



Noêmia A. Lourenço

sábado, 15 de junho de 2019

O SÉCULO XXI NA SALA DE AULA



Observando os fatos do cotidiano escolar, especialmente aqueles literalmente ligados a atos de destruição do patrimônio (vandalismo) e os mais graves como bullying, assédios, e nos casos mais extremos homicídios, penso ser importante discutir acerca da possível influência do contexto da sociedade atual no comportamento humano.
Todavia, conforme o tema deste texto que está exposto no título, é eivdente que as relações interpessoais no ambito da sala de aula demostram a possibilidade de estarem cada vez mais distantes daquilo que se chama EDUCAÇÃO considerando os objetivos educacionais.
Refletindo sobre a realidade contemporânea levanta-se os seguintes questionamentos: “O que está acontecendo com nossos alunos e professores?”, “Até que ponto nossos alunos estão aprendendo os conteúdos escolares?”, “Por que, ao que parece, a preocupação maior está em obter nota ao invés de realmente aprender a ler e escrever bem, por exemplo?”, “Onde estão os pilares da educação que são aprender a ser, a conhecer, a fazer, a conviver?” Estas são algumas perguntas que diante do contexto atual gera debate por conta das inúmeras hipóteses as quais podem ou poderiam respondê-las.
Há quem não concorda que comparações temporais sejam feitas, porém o passado é uma referência e jamais deve ser ignorado.
É notória a mudança rigorosa trazida pelo século XXI, o que deixa claro a necessidade de atenção e adaptação por parte de todos os envolvidos no processo educativo que vêm de épocas anteriores. Entretanto, o que dizer dos educadores os quais estão se formando na nova era que já fazem parte do quadro atual?
O comportamento humano sofreu grande e signidficativa transformação. As mudanças podem ser orginárias de conceitos e valores os quais também estão modificados. Algumas características comportamentais podem ser destacadas:
  • Pai, mãe e professor se tornaram 'você'. Alguns conseguem ter e manter autoridade, mas a maioria é tratada como 'colega', e com 'colegas' pode-se agir de qualquer maneira;
  • O quadro-negro que passou a ser verde tornou-se quase obsoleto, afinal, a era é digital e a tecnologia é o recurso mais utilizado para tudo;
  • A escola está cada vez mais sendo substituída pelo computador. Antigamente, porém não muito tempo atrás, o ensino à distância não tinha o valor que tem hoje, haja vista que é facilitador sob vários aspectos,
  • O professor, consequentemente, passou a saber menos do que o Google;
  • Os alunos apresentam-se imediatistas, impacientes, ansiosos, depressivos, desestimulados para estudo, trabalho, pois os estímulos fora dos muros escolares são mais eficazes, atraentes;
  • As pessoas, de modo geral, estão agitadas, estressadas, exigentes sobre direitos sem se importarem com os deveres;
  • A comunicação está prejudicada;
  • Hoje não há limite, tudo está em excesso;
  • A educação para o 'ser' está cada vez mais dando lugar ao 'ter'. Pensa-se que se não for assim ocorre exclusão social;
Falando ainda em educação, onde está a mediação principalmente no que se refere às crianças? Como elas estão absorvendo, entendendo, e o que estão fazendo com tantas informações?
Provavelmente, existem origens para estas e tantas outras alterações de comportamento. Cabe refletir e verificar quais são tais origens de maneira que se possa a partir delas ajustar e reajustar as relações interpessoais na escola.
Acredita-se que o maior desafio é tentar resgatar os valores e conceitos que sempre deram certo, mas, como diz o dito popular, “uma andorinha não faz verão”.




Noêmia A. Lourenço