Seja bem-vindo(a)!

Aproveite esta oportunidade para compartilharmos informações, textos, ideias e reflexões a respeito do processo de ensino e aprendizagem.
O conteúdo deste blog é direcionado a professores, coordenadores pedagógicos e diretores de instituições públicas e particulares de ensino, além de psicopedagogos, pais e interessados na prevenção contra problemas de aprendizagem.

Pense Nisso!


Nada está no intelecto que não tenha passado antes pelos sentidos
(Provérbio antigo)



sábado, 6 de fevereiro de 2010

IMPORTANTE SABER...

Termos e significados usados na psicopedagogia e áreas afins





O conhecimento de alguns termos é de fundamental importância para profissionais da área de educação e saúde mental. Pensando nisso selecionamos abaixo alguns termos para que possam servir de consulta. Não é nossa intenção explanar sobre cada um deles, mas apresentar apenas um breve significado. Cabe ao profissional buscar outras fontes para se aprofundar sobre causas, sintomas e tratamentos.



Aprendizagem - É o resultado da estimulação do ambiente sobre o indivíduo já maturo, que se expressa diante de uma situação-problema, sob a forma de uma mudança de comportamento em função da experiência.


Agnosia - Etimologicamente, a falta de conhecimento. Impossibilidade de obter informações através dos canais de recepção dos sentidos embora o órgão do sentido não esteja afetado. Ex. a agnosia auditiva é a incapacidade de reconhecer ou interpretar um som mesmo quando é ouvido. No campo médico está associada com uma deficiência neurológica do sistema nervoso.



Afasia - Perda da capacidade de usar ou compreender a linguagem oral. Está usualmente associada com o traumatismo ou anormalidade do sistema nervoso central. Utilizam-se várias classificações tais como afasia expressiva e receptiva, congênita e adquirida.



Agrafia - Impossibilidade de escrever e reproduzir os seus pensamentos por escrito.



Alexia - Perda da capacidade de leitura de letras manuscritas ou impressas.



Anamnese - Levantamento dos antecedentes de uma doença ou de um paciente, incluindo seu passado desde o parto, nascimento, primeira infância, bem como seus antecedentes hereditários.



Anomia - Impossibilidade de designar ou lembrar-se de palavras ou nome dos objetos.



Anorexia - Perda ou diminuição do apetite.



Anoxia - Diminuição da quantidade de oxigênio existente no sangue.



Apnéia - Paragem voluntária dos movimentos respiratórios: retenção da respiração.



Apraxia - Impossibilidade de resposta motora na realização de movimento com uma finalidade. A pessoa não realiza os movimentos apesar de conhecê-lo e não ter qualquer paralisia.



Ataxia - Dificuldade de equilíbrio e de coordenação dos movimentos voluntários.



Autismo - Distúrbio emocional da criança caracterizada por incomunicabilidade. A criança fecha-se sobre si mesma e desliga-se do real impedindo de relacionar-se normalmente com as pessoas. Num diagnóstico incorreto pode ser confundido com retardo mental, surdo-mudez, afasia e outras síndromes.



Bulimia - Fome exagerada de causa psicológica.


Catarse - Efeito provocado pela conscientização de uma lembrança fortemente emocional ou traumatizante até então reprimida.



Catatonia - Síndrome complexa em que o indivíduo se mantém numa dada posição ou continua sempre o mesmo gesto sem parar. Persistência de atitudes corporais sem sinais de fadiga.



Cinestesia - Impressão geral resultante de um conjunto de sensações internas caracterizado essencialmente por bem-estar ou mal-estar.



Complemento (Closure) - Capacidade de reconhecer o aspecto global, especialmente quando uma ou mais partes do todo está ausente ou quando a continuidade é interrompida por intervalos.



Consciência fonológica - Denomina-se consciência fonológica a habilidade metalinguística de tomada de consciência das características formais da linguagem. Esta habilidade compreende dois níveis:



1. A consciência de que a língua falada pode ser segmentada em unidades distintas, ou seja, a frase pode ser segmentada em palavras; as palavras, em sílabas e as sílabas, em fonemas.



2. A consciência de que essas mesmas unidades repetem-se em diferentes palavras faladas (rima, por exemplo).



Coordenação viso-motora - É a integração entre os movimentos do corpo (globais e específicos) e a visão.



Disartria - Dificuldade na articulação de palavras devido a disfunções cerebrais.



Discalculia - Dificuldade para a realização de operações matemáticas usualmente ligadas a uma disfunção neurológica, lesão cerebral, deficiência de estruturação espaço-temporal.



Disgrafia - Escrita manual extremamente pobre ou dificuldade de realização dos movimentos motores necessários à escrita. Esta disfunção está muitas vezes ligada a disfunções neurológicas.



Dislalia - É a omissão, substituição, distorção ou acréscimo de sons na palavra falada.



Dislexia - Dificuldade na aprendizagem da leitura, devido a uma imaturidade nos processos auditivos, visuais e tatilcinestésicos responsáveis pela apropriação da linguagem escrita.



Disortografia - Dificuldade na expressão da linguagem escrita, revelada por fraseologia incorretamente construída, normalmente associada a atrasos na compreensão e na expressão da linguagem escrita.



Disgnosia - Perturbação cerebral comportando uma má percepção visual.



Dismetria - Realização de movimentos de forma inadequada e pouco econômica.



Dispnéia - Dificuldade de respirar.



DSM IV - É a classificação dos Transtornos mentais da Associação Americana de Psiquiatria. Descreve as características dos transtornos apresentando critérios diagnósticos. Ver o DSM IV no site psiqueweb: http://gballone.sites.uol.com.br/



Ecolalia - Imitação de palavras ou frases ditas por outra pessoa, sem a compreensão do significado da palavra.



Ecopraxia - Repetição de gestos e praxias.



Enurese - Emissão involuntária de urina.



Esfíncter - Músculo que rodeia um orifício natural. Em psicanálise, na fase anal está ligado ao controle dos esfíncteres.



Espaço-temporal - orientar-se no espaço é ver-se e ver as coisas no espaço em relação a si próprio, é dirigir-se, é avaliar os movimentos e adaptá-los no espaço. É a consciência da relação do corpo com o meio.



Etiologia - Estudo das causas ou origens de uma condição ou doença.



Figura fundo - Capacidade de focar visivelmente ou aditivamente um estímulo, isolando-o perceptivamente do envolvimento que o integra. Ex. identificar alguém numa fotografia do grupo ou identificar o som de um instrumento musical numa melodia.



Gagueira ou tartamudez - distúrbio do fluxo e do ritmo normal da fala que envolve bloqueios, hesitações, prolongamentos e repetições de sons, sílabas, palavras ou frases. É acompanhada rapidamente por tensão muscular, rápido piscar de olhos, irregularidades respiratórias e caretas. Atinge mais homens que mulheres.



Gnosia - Conhecimento, noção e função de um objeto. Segundo Pieron toda a percepção é uma gnosia.



Grafema - Símbolo da linguagem escrita que representa um código oral da linguagem.



Hipercinesia - Movimento e atividade motora constante e excessiva. Também designada por hiperatividade.



Hipocinesia - Ausência de uma quantidade normal de movimentos. Quietude extrema.



Impulsividade - Comportamento caracterizado pela ação de acordo com o impulso, sem medir as conseqüências da ação. Atuação sem equacionar os dados da situação.



Lateralidade - Bem estabelecida - implica conhecimento dos dois lados do corpo e a capacidade de os identificar como direita e esquerda.



Linguagem interior - O processo de interiorizar e organizar as experiências sem ser necessário o uso de símbolos lingüísticos. Ex.: o processo que caracteriza o analfabeto que fala, mas não lê nem escreve.



Linguagem tatibitate - É um distúrbio (e também de fonação) em que se conserva voluntariamente a linguagem infantil. Geralmente tem causa emocional e pode resultar em problemas psicológicos para a criança.



Maturação - É o desenvolvimento das estruturas corporais, neurológicas e orgânicas. Abrange padrões de comportamento resultantes da atuação de algum mecanismo interno.



Memória - Capacidade de reter ou armazenar experiências anteriores. Também designada como "imagem" ou "lembrança".



Memória cinestésica - É a capacidade da criança reter os movimentos motores necessários à realização gráfica. À medida que a criança entra em contato com o universo simbólico (leitura e escrita) vão ficando retidos em sua memória os diferentes movimentos necessários para o traçado gráfico das letras.



Morfema - É a menor unidade gramatical. Na palavra infelicidade encontramos três elementos menores cada um chamado de morfema: in (prefixo), felic (radical), idade (sufixo). Os morfemas são utilizados para construir outras palavras: o prefixo in é utilizado em outras palavras como invariável, invejável, inviável, por exemplo.



Mudez - É a incapacidade de articular palavras, geralmente decorrente de transtornos do sistema nervoso central, atingindo a formulação e a coordenação das idéias e impedindo a sua transmissão em forma de comunicação verbal. Em boa parte dos casos o mutismo decorre de problemas na audição. Os fatores emocionais e psicológicos também estão presentes em algumas formas de mudez. Na mudez eletiva a criança fica muda com determinadas pessoas ou em determinadas situações e em outras não.



Paratonia - É a persistência de uma certa rigidez muscular, que pode aparecer nas quatro extremidades do corpo ou somente em duas. Quando a criamnça caminha ou corre, os braços e as pernas se movimentam mal e rigidamente.



Percepção - processo de organização e interpretação dos dados que são obtidos através dos sentido.



a) Percepção da posição - do tamanho e do movimento de um objeto em relação ao observador.



b) Percepção das relações espaciais - das posições a dois ou mais objetos.



c) Consistência perceptiva - capacidade de precisão perceptiva das propriedade invariantes dos objetos como, por exemplo: forma, posição, tamanho etc.



d) Desordem perceptiva - Distúrbio na conscientização dos objetos, suas relações ou qualidade envolvendo a interpretação da estimulação sensorial.



e) Deficiência perceptiva - Distúrbio na aprendizagem, devido a um distúrbio na percepção dos estímulos sensoriais.



f) Perceptivo-motor - Interação dos vários canais da percepção como da atividade motora. Os canais perceptivos incluem: o visual, o auditivo, o olfativo e o cinestésico.



g) Percepção visual - Identificação, organização e interpretação dos dados sensoriais captados pela visão.



h) Percepção social - Capacidade de interpretação de estímulos do envolvimento social e de relacionar tais interpretações com a situação social.



Preservação - Tendência de continuar uma atividade ininterruptamente; manifesta-se pela incapacidade de modificar, de parar ou de inibir uma dada atividade, mesmo depois do estímulo causador ter sido suprimido.



Problemas de aprendizagem - São situações difíceis enfrentadas pela criança com um desvio do quadro normal mas com expectativa de aprendizagem a longo prazo (alunos multirrepetentes).



Praxia - Movimento intencional, organizado, tendo em vista a obtenção de um fim ou de um resultado determinado.



Rinolalia - Caracteriza-se por uma ressonância nasal maior ou menor que a do padrão correto da fala. Pode ser causada por problemas nas vias nasais, vegetação adenóide, lábio leporino ou fissura palatina.



Ritmo - Habilidade importante, pois dá à criança a noção de duração e sucessão, no que diz respeito à percepção dos sons no tempo. A falta de habilidade rítmica pode causar uma leitura lenta, silabada, com pontuação e entonação inadequadas.



Sincinesia - É a participação de músculos em movimentos aos quais eles não são necessários. Ex.: coloca-se um objeto numa mão da criança e pede-se que ela aperte, a outra mão também se fechará ao mesmo tempo. Ficar sobre um só pé, para ela é impossível. Há descontinuidade nos gestos, imprecisão de movimentos nos braços e pernas, os movimentos finos dos dedos não são realizados e, num dado ritmo, não podem ser reproduzidos através de atos coordenados, nem por imitação.



Sintaxe - Parte da gramática que estuda a disposição das palavras na frase e a das frases no discurso , bem como a relação lógica das frases entre si e a correta construção gramatical ; construção gramatical (Dicionário Aurélio)



Sinergia - Atuação coordenada ou harmoniosa de sistemas ou de estruturas neurológicas de comportamento.



Somestésico - Relativo à sensibilidade do corpo.







Bibliografia:

FONSECA, Vitor - Escola. Quem és tu? Porto Alegre: Artes Médicas, 1993.


ASSUNÇÃO, Elisabete da. COELHO, Maria Teresa. Problemas de aprendizagem. São Paulo, SP: Editora Ática, 2002.




sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

O QUE SIGNIFICA A IGNORÂNCIA?


É comum ouvir expressões do tipo: "Ele(a) é ignorante!" ou "Quanta ignorância!" as quais são sempre dirigidas a alguém em estado nervoso e/ou agressivo durante uma discussão, por exemplo.
Mas.... quem chama o outro de ignorante sabe o que está dizendo? O que foi chamado de ignorante entende tal expressão? A que se atribui a ignorância?
Convido-os a ler o texto abaixo. Há respostas para todas essas questões e muito mais. Juntos podemos refletir e, quem sabe, mudar nosso conceito sobre IGNORÂNCIA!

Noêmia A. Lourenço




A FUNÇÃO DA IGNORÂNCIA



Bom dia a todos!


É bom estar aqui com vocês e, de alguma maneira, compartilhar um pouco das minhas elaborações feitas no grupo de estudos sobre as “Paixões do Ser: o Amor, o Ódio e a Ignorância”, coordenado por Ângela Lobato.


Quando iniciamos os estudos sobre o tema, abrimos um leque de leituras variadas e, no trajeto, fui apreendendo a amplitude desse assunto, tendo muito gosto em estudá-lo. Durante um ano e meio, estivemos envolvidas nesta dinâmica, iniciando os trabalhos com o estudo do amor, depois do ódio e, por último, da ignorância. Ocorreu-me o tempo todo, uma necessidade imensa de estudar a ignorância, por ser ela um dos pontos altos do meu trabalho como psicopedagoga, pois geralmente as queixas iniciais nos remetem a perturbações na aprendizagem que se configuram numa dificuldade em aprender, em atentar, em querer conhecer, entre outras.


Só que, no trajeto desse estudo, além do meu interesse como profissional, interessei-me pelo que se produz em uma análise. Em ambos os espaços, busca-se a produção de um saber, tendo como forças antagônicas o Real, registro da impossibilidade de simbolizar, e o Simbólico, conjunto de representações baseado em signos e significações que precisam o sujeito à sua revelia. Nesses contextos, o psicopedagógico e o psicanalítico, o que é que sustenta essa busca? Creio que o que sustenta essa busca é o desejo de realização como ser de ignorância, respectivamente, do sujeito do conhecimento e do sujeito do inconsciente. Falarei um pouco mais do sujeito do conhecimento e um pouquinho apenas do sujeito do inconsciente, no intuito de retratar aqui minhas questões durante o estudo.


Do ponto de vista psicopedagógico, o domínio do conhecimento abrange todo o saber codificado pela linguagem ou pelos gestos, permanecendo, no entanto, um domínio do saber que escapa ao conhecimento, a essência intransmissível do vivido. Ou seja, qualquer conhecimento contém uma parte do saber que permanece intransmissível.


Nesse sentido, um sujeito só aprende o que é conhecimento no outro e por si mesmo. Do outro não somente por que é o outro que detém o conhecimento, mas, sobretudo, porque, na aprendizagem, esse outro aceito pelo sujeito, como portador de um saber qualquer, inspira nele intenção e confiança em adquirir o conhecimento que ele porta. Também aprende por si mesmo, por procurar reorganizar, por meio de seus próprios recursos cognitivos e significantes, o conhecimento do qual ele recebe apenas fragmentos. Essa apropriação do conhecimento está longe de ser passiva: ela exige a organização operatória do código e a aquisição de regras pelas quais pode ser gerada a significação. Aprender a andar, a se servir, a falar, a fazer cálculos numéricos, são formas de transmissão de conhecimentos. A aprendizagem permite, portanto, transformar os reflexos em uma ordem de significação que possibilite integrá-los como valores. Essa ordem de significação muitas vezes possibilita aprendizagens assimiladas pelo conhecimento do sujeito sem alterar o sistema, mas estas, por outro lado, também podem entrar em oposição com esse conhecimento engendrando uma reorganização do adquirido anteriormente. Enquanto processo de conhecimento, a aprendizagem não somente é gerada pelo distúrbio, mas também o produz.


Logicamente, a ausência de conteúdos prévios consolidados é a causa e o efeito da historicidade humana. Dotada de recursos inteligentes que possibilitam a acumulação da experiência de geração em geração através da aprendizagem, a espécie humana instaura-se na historicidade, enquanto que os sujeitos tornam-se significantes do lugar histórico que eles ocupam no “processo de transmissão de conhecimentos”. Nesse processo, a aprendizagem pode ser ampliada situando-se entre os dois pólos, onde a transferência produz-se: de um lado, a instância do outro, aquele que é considerado capaz de saber; do outro lado, a instância do sujeito do conhecimento, que vai tornar-se sujeito exatamente por causa da transmissão, pois todo conhecimento, nem que seja o de um saber a ser negado, estabelece o assujeitamento do ser à cultura e sua alienação singular de construir a realidade humana.


Dito isso, o conhecimento não pode ser construído de uma só vez. Ele é obtido, por meio de uma elaboração conjunta entre aquele que ensina e aquele que aprende, num espaço onde seja possível veicular uma forma de saber. O conhecimento transmite-se, então, através de um ensino por traçar uma significação, que simultaneamente refere-se à estrutura inteligente e à estrutura simbólica, e que vai produzir nos sujeitos, a generalização que permite reconstruir o conhecimento de origem, provocando a identificação do sujeito com o ensinante, e, assim, tornando-se um transmissor.


O ensino, fatalmente, transmite o conhecimento de um modo parcial e descontínuo. A relação que há entre o ensino e o conhecimento que é veiculado é suficientemente indeterminada para permitir que a ignorância se introduza sutilmente no intervalo. Trata-se de insígnias que transmitem conhecimentos diferentes e até opostas àqueles que supostamente representam. A ignorância permite outorgar ao conhecimento transmitido um caráter absoluto e serve para aceitar o conhecimento como “a verdade”, aguardando o momento de poder avançar na compreensão. Dessa forma, os alunos admitem, à medida que se desenvolvem, que é possível, por exemplo, subtrair obtendo um número negativo, depois de terem ouvido durante anos que “não se pode diminuir nove de sete”.


Quando o ensino está relacionado a um conhecimento e este pode ser reproduzido, seu papel na transmissão de conhecimentos tem sucesso. Em contraposição, o conhecimento serve à ignorância quando o ensino é oferecido como sendo o próprio conhecimento, com um caráter absoluto que não permite a generalização e menos ainda a crítica. A identificação do conhecimento com quem o transmite é a base da produção da ignorância, pois é necessário, para garantir a apropriação do conhecimento, que o ensino seja generalizado, e que o mestre fale conforme uma lógica, uma coerência que não lhe pertence. O ensinante que atua como mestre absoluto de seu discurso e que faz os outros crerem, pode instaurar a ignorância como um problema.


Uma das maneiras de vencer um problema de aprendizagem é encontrar o papel que a ignorância exerce na vida do sujeito: trata-se de descobrir a função que representa o conhecimento na estrutura simbólica segundo a qual o sujeito é constituído. Em cada família, o conhecimento tem uma significação particular: Ele pode ser concebido como um atributo dos homens ou das mulheres, dos adultos ou das crianças, da incompletude ou da perfeição. Pode estar ligado a sentimentos de medo, de inveja, de competição, de impotência ou estar relacionado ao prestígio, a um segredo de família, ao fracasso. A ignorância só é interpretável levando em conta as significações inconscientes.


Em “Inibição, Sintoma e Angústia”, Freud (1925) aponta que a palavra inibição confere enfraquecimento a uma função, enquanto que a palavra sintoma confere uma transformação dessa função. Nesse sentido, considero importante diferenciar dois estados de ignorância que geram comportamentos de não-aprendizagem: a ignorância como inibição e a ignorância como sintoma.


A ignorância como inibição pode aparecer em casos limitados e ligados a situações pontuais. A não-aprendizagem pode corresponder a uma retração intelectual do “eu”(moi). Entendo, com isso, uma retração do inconsciente lógico que dá a imagem de um “eu”(moi) ignorante. Essa retração pode aparecer, segundo Freud, em três ocasiões: a primeira, quando os órgãos intervenientes na ação de aprender sexualizam-se; a segunda, quando o sujeito evita o sucesso, apresentando, no momento preciso de obtê-lo, um comportamento de fracasso de si mesmo. É preciso levar em conta que o saber está sempre submetido ao interdito; e a terceira, quando o “eu”(moi) requer toda a energia disponível, por exemplo durante o período de luto. A dificuldade de aprender parece estar ligada aí à falta de resignação das aprendizagens que representam a situação perdida.


Já a ignorância como sintoma se mostra como perturbações mais permanentes, geralmente representando uma relação patológica entre o sujeito e o conhecimento. Para Freud, também o déficit cognitivo pode compor um sintoma. Ele supõe, então, que houve um recalcamento prévio de um acontecimento cuja ação de aprender determina a significação substituída. Nesse caso, o sujeito pode manifestar duas reações inversas: uma obedece à pulsão da repetição da situação traumática, e a outra condiz à necessidade de evitar uma situação cuja cicatriz psíquica indica o perigo. Segundo Freud (1909), disso resulta que a perturbação da aprendizagem pode surgir como uma reação neurótica por causa da interdição da satisfação. Assim, tanto faz que o sujeito distancie-se da realidade e a procure no fantasma, ou que se fixe psicologicamente numa época em que era bem mais feliz. Os transtornos na aprendizagem geralmente aparecem como efeito secundário de uma perturbação psíquica e não como seu representante ou sua transformação simbólica.


É necessário acreditar, então, que a ignorância, no sujeito que aprende, representa seu modo de viver a relação com o “outro do conhecimento”, um jeito de resolver a alternativa dramática, posta já a Adão e Eva, entre o saber e a ignorância. Para ajudar o sujeito a superar sua perturbação, é preciso restituir ao conhecimento e à atividade cognitiva a alegria que foi pervertida sob a forma de ignorância.


Nas perturbações da aprendizagem, a compreensão simultânea do funcionamento da estrutura cognitiva e da estrutura do desejo permite descobrir sua articulação no sintoma, que comparece quando o funcionamento cognitivo foi captado pela estrutura simbólica e transformado numa metáfora referente à relação do sujeito com o conhecimento. Da mesma maneira que o funcionamento do organismo configura uma dramática específica no cenário inconsciente da histérica, as operações do pensamento podem chegar a alienarem-se como significantes daquilo que o outro interdiz ou permite ao sujeito saber.


Portanto, as perturbações da aprendizagem são formas de ignorância que afetam o desenvolvimento. Elas dependem daquilo que, no conhecimento, é vivido como ausência, mistério, insuficiência, segredo, inadequação, enigma. A edificação do conhecimento não se realiza ao caso, mas sobre o terreno que a ignorância designar-lhe com a obstinação do não-sentido. Poder-se-ia dizer, evocando um outro Zuyderzee, que lá onde era ignorância, conhecimento pode advir.


Do ponto de vista psicanalítico, Lacan, no Seminário I, fala de três paixões transferenciais, nas quais o ser se realiza: No Amor, articulando o Simbólico com o Imaginário, elidindo o Real; no Ódio, articulando o Real e o Imaginário, elidindo o Simbólico; e na Ignorância, articulando o Real e o Simbólico, elidindo o Imaginário.


Dessas três formas, a ignorância é, segundo Lacan, “a ação realizada pelo homem que o põe em condição de tratar o real pelo simbólico, que nisto ele encontre mais ou menos imaginário, toma aqui valor secundário”. Ou seja, a ignorância abre espaço ao não-saber para que uma Psicanálise se opere, movendo o sujeito em direção à verdade de seu desejo, do saber elaborado.


A ignorância reconhecida e assumida por analista e analisando no âmbito analítico, constrói a transferência onde ambos também dizem sim ao inconsciente, um ocupando o lugar do suposto-saber e o outro querendo saber, articulando-se dialeticamente nas vias de acesso ao saber, nas quais o sujeito há de advir.


Nesta composição, ambos reduzidos e conduzidos por entre os significantes que se articulam como referências do Real e do Simbólico, são regidos pelo desejo de que um saber se produza no sujeito. Vivência conjunta de uma condição semelhante de ignorância, mas que se diferencia na medida em que um efeito de verdade comparece, produzindo no analista uma espécie de sublimação que o conduz a uma nova utilização desse efeito produzido, e, no analisando, uma experiência mínima de acesso ao saber. Acredito que Goethe, em “Fausto”, escreve algo que nos remete a esta experiência vivida entre analista e analisando, na qual a ignorância é a membrana que sustenta a possibilidade de vir a saber. Ele diz: O que foi, torna a ser. O que é, perde existência. O palpável é nada. O nada assume essência.”


O sujeito não produz o pensamento, mas não há nada no pensamento, que não seja sujeito, que não tenha o sujeito por tema. O pensamento deriva do fato de tornar presente o ausente, daí decorre uma dor proveniente da percepção do ausente e, um conseqüente trabalho de reconstrução do perdido. Passamos a vida toda buscando o que perdemos. O jardineiro trabalha com a planta e também trabalha com algo que está dentro dele. Os sujeitos do conhecimento e do inconsciente engendram o ser que, apaixonado, age, criando ou modificando a realidade. E, nesse ponto, concluo minha fala, remetendo-os novamente a Goethe, em “Fausto”, quando na Cena I do Quadro IV, escreve o seguinte:


“O que inda vale


como compensação, é esta ânsia inata


que nos ala o querer, do ínfimo escuro vale,


às altas regiões, onde a alma se dilata,


em comunicação co’o sobrenatural. [...]






(Abre a Bíblia no Evangelho de S. João)






No princípio era o Verbo. É esta a letra expressa;


aqui está... No sentido é que a razão tropeça.


Como hei de progredir? Há ’í quem tal me aclare?


O Verbo!! Mas o Verbo é coisa inacessível.


Se apurar a razão, talvez se me depare


para o lugar de Verbo um termo inteligível...


Ponho isto: No princípio era o Senso... Cautela


nessa primeira linha; às vezes se atropela


a verdade e a razão co’a rapidez da pena;


pois o Senso faz tudo, e tudo cria e ordena?...


É melhor No princípio era a Potência... Nada!


Contra isto que pus interna voz me brada.


(Sempre a almejar por luz, e sempre escuridão!)


... Agora é que atinei: No princípio era a ação.”






Ione Silva
Pedagoga
Psicopedagoga
Psicanalista – IPB


Brasília, outubro/2006



Fonte: http://www.interseccaopsicanalitica.com.br/int-participantes/ione-silva/funcao-ignorancia.doc



quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

MENSAGEM ESPECIAL...

Essa mensagem foi escolhida com muito carinho para todos os que passam por aqui rapidamente, para os que passam e permanecem por algum tempo, para os que ainda virão e para todos os seguidores deste blog criado com muita seriedade e respeito a todos os envolvidos de modo direto ou indireto.
É grande a satisfação em compartilhar conhecimento e assim aprender cada vez mais com cada um de vocês!
Que Deus os abençoe hoje e sempre!
Obrigada pela atenção, pelo carinho e pela confiança!
Desejo a vocês e seus familiares um FELIZ NATAL e PRÓSPERO ANO NOVO!!!

Grande abraço a Todos

Noêmia A. Lourenço





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sábado, 5 de dezembro de 2009

COMO SURGIU O PAPAI NOEL?


A HISTÓRIA DE PAPAI NOEL



Quem aqui nunca ouviu falar do Papai Noel? Um velhinho com roupas vermelhas, barba branca, cinto e botas pretos que passa de casa em casa para deixar presente às famílias. De geração em geração, a lenda do Santa Clauss ganha mais realidade no mês de dezembro, quando o mundo celebra o nascimento de Jesus Cristo. Será que ele existe? Será lenda? Bem, isso depende de cada um. Mas diz a história que o bom velhinho foi inspirado na figura de um bispo que de fato existiu.


São Nicolau nasceu no século 3, em Patras, na Grécia. Quando seus pais morreram, ele doou todos os seus bens e optou pela vida religiosa.


Com apenas 19 anos, foi ordenado sacerdote e logo tornou-se arcebispo da Mira. Dizia-se que na cidade em que ele nasceu viviam três irmãs que não podiam se casar por não ter dinheiro para o dote. O pai das meninas resolveu, então, vendê-las conforme fossem atingindo a idade adulta. Quando a primeira ia ser vendida, Nicolau soube do que estava acontecendo e, em segredo, jogou através da janela uma bolsa cheia de moedas de ouro, que foi cair numa meia posta para secar na chaminé. A mesma coisa aconteceu quando chegou a vez da segunda. O pai, afim de descobrir o que estava acontecendo, permaneceu espiando a noite toda. Ele então reconheceu Nicolau, e pregou sua generosidade a todo mundo.


A fama de generoso do bom velhinho, que foi considerado santo pela Igreja Católica, transcendeu sua região, e as pessoas começaram a atribuir a ele todo tipo de milagres e lendas. Em meados do século 13, a comemoração do dia de São Nicolau passou da primavera para o dia 6 de dezembro, e sua figura foi relacionada com as crianças, a quem deixava presentes vestido de bispo e montado em burro. Na época da Contra-reforma, a igreja católica propôs que São Nicolau passasse a entregar os presentes no dia 25 de dezembro, tal como fazia o Menino Jesus, segundo a tradição destes tempos e que ainda hoje continua em alguns pontos da América Latina.


Os holandeses, no século 17, levaram para os Estados Unidos a tradição de presentear as crianças usando a lenda de São Nicolau – a quem eles chamavam Sinter Klaas. Os verdadeiros impulsores do mito de Santa Claus – nome que o Papai Noel recebeu nos Estados Unidos – foram dois escritores de Nova York. O primeiro Washington Irving, escreveu em 1809 um livro em que São Nicolau já não usava a vestimenta de bispo, transformando-o em um personagem bonachão e bondoso, que montava um cavalo voador e jogava presentes pelas chaminés. Em 1823, um poema de um professor universitário, Clement C. Moore, enalteceu a aura mágica que Irving havia criado para a personagem, trocando o cavalo branco por renas que puxavam um trenó.


Ao longo do século 19, Santa Claus foi representado de muitas maneiras. Ele teve diferentes tamanhos, vestimentas e expressões, desde um gnomo jovial até um homem maduro de aspecto severo. Em 1862, o desenhista norte-americano de origem alemã Thomas Nast realizou a primeira ilustração de Santa Claus descendo por uma chaminé, embora ainda tivesse o tamanho de um duende. Pouco a pouco ele começa a ficar mais alto e barrigudo, ganhar barba e bigode brancos e a aparecer no Pólo Norte.


O símbolo de Santa Claus foi logo utilizado pela publicidade comercial. Em 1931, a Coca-Cola encomendou ao artista Habdon Sundblom a relodelação do Santa Claus de Nast para torná-lo ainda mais próximo. Sundblom se inspirou em um vendedor aposentado e assim nasceu – de uma propaganda da Coca-Cola – o Papai Noel que a gente conhece.










Texto extraído de uma embalagem de pizza. Não apresenta autor.


segunda-feira, 30 de novembro de 2009

TAMBÉM PARA FINAL DE ANO LETIVO...

OBS.: Para visualizar em fonte maior clique em "Fullscreen". Abaixo (na tela cheia) há o Zoom + e -). Para imprimir clique em "Print".


Sugestões de Dinâmicas

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

LIDERANÇA





Seja um Líder
O novo líder do século XXI deve ser diferente de tudo o que possa vincular a sua posição a um status de poder autoritário. Ao contrário; precisa desenvolver uma perfeita habilidade para conduzir sua autoridade,  influenciando e motivando seus liderados, estimulando-os a contribuir  para a realização do objetivo ou do projeto em execução. Deve socializar as responsabilidades de maneira sutil,  vinculando o sucesso de cada membro ao sucesso do grupo. Obviamente; sempre será necessário exercer alguma forma de poder para liderar uma equipe. No entanto, o autoritarismo deve ser descartado e substituído por preceitos mais eficientes embasados em relações mais humanas.
Os líderes do passado, preferiam manter as pessoas em estado de ignorância para facilitar a manipulação através da intimidação e do autoritarismo. Felizmente essa era está chegando ao fim. Quem tenta se manter na liderança utilizando-se dessa filosofia está fadado ao fracasso, visto que hoje existem poucos seres humanos ingênuos.  Para liderar e obter êxito nos dias atuais é necessário ter paciência, humildade disciplina, respeito e compromisso. Além do mais num mundo competitivo como o de hoje, produtividade significa muito mais que a produção física em si. Há que se levar em conta que muito pais precioso que a mão-de-obra é o ser que a produz. Investir no capital humano é a tarefa do novo líder que deseja se manter no topo.
Um ser humano motivado produz muito mais do que dez outros que estejam sendo subjugados ou coagidos pelo temor.
O líder do século XXI alcançará status pela sua capacidade em lidar com as diferenças, respeitando-as e utilizando-as como fator decisivo para o progresso do projeto e para o bem comum, ao mesmo tempo. O líder do futuro é aquele que respeita os seus liderados, permitindo e até estimulando o desenvolvimento das competências e habilidades da equipe, exercendo seu "poder" de uma forma mais humana. Só assim, poderá ser respeitado de fato, pelo seu modo de ser embasado em preceitos de ética, justiça, equilíbrio e por um entusiasmo que contagia todo o grupo. Em outras palavras, o novo líder é aquele que suprime o exercício do poder para exercitar a autoridade motivadora. Ao invés de controlar pelo medo, contagia a equipe, encorajando as pessoas a  se sentirem mais seguras, dignas e necessárias ao bom desempenho das tarefas que lhes são confiadas.
Um líder deve ter sensibilidade - quase espiritual - para perceber e entender as necessidades prementes daqueles que pretende liderar. Deve ter uma personalidade otimista e positiva que inspire confiança, mantendo a equipe sempre entusiasmada.
O fator primordial para potencializar a sua capacidade de liderar está diretamente relacionado à sua capacidade de servir. Todas relações sociais harmônicas são embasadas na troca. Uma empresa líder de mercado troca seus produtos por uma quantidade de dinheiro a que as pessoas estão dispostas a pagar, tendo em vista a sua real necessidade e o valor agragado. Assim é com a liderança: servindo aos seus colaboradores em suas necessidades, você têm um retorno garantido e proporcional à sua capacidade em servir bem.
O líder atual deve ser ativo e atualizado, buscando sempre um aprimoramento contínuo que  amplie seus conhecimentos e suas habilidades para que possa transparecer confiança aos liderados. Além disso; deve dominar com maestria a área de atuação para que possa exercer seu papel com competência.
O novo líder deve ser ainda um profundo conhecedor da psique humana. Deve compreender e respeitar o lado abstrato da organização, aprendendo a trabalhar as diferenças de tal forma a criar uma equipe harmônica e cooperativa, onde todas os membros se sintam integrados e valorizados.
Todos os grandes líderes de fato são pessoas que se mostram capazes de dirigir um projeto com extrema paixão, sentimento e entusiasmo. Essa demonstração de amor, afeto e fé ao que se faz ou se pretende fazer, cativa as pessoas e as atraem como imã para perto de si. Pense nisso se você estiver disposto a galgar algum posto de liderança. Através dessa influência positiva e motivadora, surge a perspectiva de uma liderança duradoura e eficaz que pode produzir mais e melhor. Isso não significa que o líder deva ficar a mercê dos seu liderados. Pelo contrário: os liderados é que devem sentir-se bem diante de um comando humanitário, eficaz, planejado, justo, organizado e harmônico. Aquele que não se entrosar nesse ambiente, tampouco poderá ser considerado colaborador. E, aí, entra a capacidade gerencial do líder que começa na seleção inicial do seu pessoal, passa pelos ajustes necessários e finaliza com a necessária intervenção quando for necessário. Dessa forma; o novo líder executa uma autoridade eficaz, sem contudo se tornar autoritária.
Há pessoas que são líderes natos. Quem não se lembra dos tempos de escola onde sempre alguém se sobressaía nos papéis de comando. Mas isso não significa que a liderança não pode ser construída. Ninguém nasce pronto. Todos os pequenos ou grandes líderes se fizeram mediante um aprendizado consciente ou inconsciente. Muitas vezes; as bases do caráter de um líder são construídas no ambiente familiar ou social em que vive. Outras lideranças são construídas à duras penas, diante das necessidades e obrigações que a vida impõe.
Se você já possui desenvolvido um espírito de liderança, é hora de repensar nos novos paradigmas apresentados, dentro do conceito da nova sociedade global, crítica e analítica que está sendo formada nas escolas e fora delas.
Se você não tem nada de líder, é hora de aprender a se tornar um, com urgência. A sociedade está carente de novos líderes que se sustentem a si mesmos e dêem sustentação ao bem comum, pelo exemplo e pela competência.
Todos devem apreender os preceitos de liderança. Para ser um bom pai é preciso ser um bom líder. Para administrar um lar, torna-se imprescindível ter conhecimento de alguns preceitos de liderança. Para gerenciar uma empresa, uma equipe... Enfim.
Por ser uma necessidade básica a todo ser humano que deseja crescer e evoluir em qualquer aspecto da existência, eu (Francisco Ferreira) resolvi postar este texto sobre liderança aqui na Casa do Aprendiz. A seguir; apresento uma análise pessoal sobre alguns preceitos de liderança embasado em pesquisas pessoais, vivências e cursos. Espero que seja de grande valia para todos e que sirvam de estímulo para a busca de novos conhecimentos. Vejamos:


Perfil do novo líder
-  O novo líder deve, em primeiro lugar, conhecer profundamente a essência de seu próprio ser (autoconhecimento). Para tanto, deve fazer uma introspecção pelos caminhos do eu, observando e analisando seus próprios sentimentos, reconhecendo seus vícios e suas virtudes, fazendo uma relação entre seus pensamentos, sentimentos e ações. Somente conhecendo e dominando a si próprio, pode um homem ser capaz de liderar com êxito;
- Capacitar-se a identificar, rotular e dirigir seus sentimentos controlando e reprimindo as emoções negativas e a tensão ao mesmo tempo em que trabalha a sua psique para a ampliação de sentimentos que constroem.
- Aprender a lidar com seus sentimentos para se tornar capaz de compreender os sentimentos dos outros e inserir na perspectiva de cada um. Para isso, o líder deve desenvolver a capacidade de se colocar no lugar do outro e compreender como esse outro se sente com relação aos demais. Isso se faz mediante o desenvolvimento de uma intuição racional, construída na observação das reações emocionais dos outros; na observação de padrões de comportamentos de pessoas e grupos; na interpretação de indícios sociais característicos de cada um e entendendo como aplicar os mecanismos de influência pessoal e social para delinear comportamentos e ações dos liderados;
- Buscar a excelência em todos os aspectos de sua vida, principalmente naqueles relacionados à sua área de atuação;
- Demonstrar na prática a disposição para fazer sacrifícios pessoais significativos pelo bem comum;
- Elaborar um plano de ação e apresentá-lo ao grupo como algo em construção, inacabado; demonstrando disposição em aceitar opiniões e idéias para aprimorá-lo;
- Em todas as questões de interesse coletivo; pergunte ao grupo o que é ideal para a solução dos problemas e apresente, em contrapartida, o que é possível no momento, deixando a perspectiva de, com a ação responsável de todos, melhorar sempre para alcançar tal meta;
- Comprometer-se com os outros, com as diferenças pessoais e com os valores éticos e morais;
- Incutir na ideologia do grupo que os esforços pessoais são pré-requisitos para o crescimento em todas as áreas: familiar, profissional e social; demonstrando - se possível - através da citação de exemplos, que nada de grande se constrói de repente;
- Ter bom conhecimento de mundo e profundo conhecimento das áreas afins ao círculo de ação vinculado ao seu projeto, empreendimento ou meta;
- Desenvolver a capacidade de motivar as pessoas não só pela emoção, mas também pelo exemplo;
- Apresentar seus propósitos, projetos ou metas de maneira clara e definida, em uma linguagem objetiva, ao alcance de todos;
- Reforçar seu grande empenho e seu fiel compromisso ao que diz e ao que faz, proporcionando um impacto positivo nas pessoas. Dessa forma; os seus liderados se identificam com a sua proposta, passando a internalizar as suas idéias;
- Planejar de antemão suas ações para que possa perseverar em suas decisões de tal forma que inspire confiança e motivação no grupo;
- Manifestar e encorajar nos membros do grupo o desejo de auxiliar no desenvolvimento do projeto, vinculando o mesmo ao desenvolvimento pessoal e coletivo. Isso se faz reforçando a idéia de que o crescimento e o fortalecimento de cada um será essencial para o sucesso do projeto e vice-versa;
- Celebrar e reforçar a necessidade da harmonia da equipe, convocando a todos para permanecerem com espírito de alegria, solidariedade, dignidade, reforçando a importância da união para o sucesso de cada um, do grupo e em conseqüência, do projeto em andamento.
Ajude-nos a disseminar idéias que constroem. Envie o texto desta página para alguém que você estima, Clicando aqui


 
Este texto foi escrito por Francisco Ferreira (Mr. Smith).

Está licenciado sob uma Licença Creative Commons.


Fonte:  http://www.acasadoaprendiz.com.br/seja_um_lider.html

domingo, 1 de novembro de 2009

MEDICINA HEBIATRA: VOCÊ SABE O QUE É?...


Na área da Medicina existem a Pediatria e Hebiatria. A primeira trata de crianças e a segunda oferece atendimento a adolescentes. Para muitos a Medicina Hebiatra é novidade. Essa especialidade é importante especialmente nos dias de hoje, em que os pais estão encontrando muita dificuldade em lidar com os filhos adolescentes e por outro lado os adolescentes entram em conflitos a partir de si mesmos. Eles, os adolescentes, têm dúvidas principalmente quando entram na fase de mudança do corpo ou no que tange a sexualidade, e muitos pais sentem vergonha ao falar sobre o assunto. Existem os conservadores e os que simplesmente não sabem como explicar. Por outro lado os filhos também sentem-se envergonhados, afinal trata-se de intimidade. O Diálogo entre pais e filhos é importantíssimo, fundamental. 
Conheça a Hebiatria:

Se seu filho é adolescente, leve-o a um hebiatra

Rosana Ferreira





A garota de 14 anos está angustiada com as transformações de seu corpo e fica infeliz ao se olhar no espelho. Preocupada com a crise de auto-estima da filha, a mãe resolve levá-la ao pediatra, como tantos pais fariam, afinal o médico acompanhou todo o crescimento da menina desde os primeiros passos. Mas ela não se mostra à vontade em meio a bebês, crianças e brinquedos na sala de espera do consultório do especialista. Por conta dos protestos da filha, a mãe resolve pesquisar e descobre que há médicos especializados no atendimento a adolescentes. Trata-se da hebiatria (em referência à Hebe, deusa da juventude na mitologia grega), especialidade médica que começou a ganhar adeptos na década de 1950 nos Estados Unidos e na Europa. No Brasil, chegou na década de 1970. Para ser hebiatra, o profissional precisar se formar em pediatria e fazer dois anos de especialização em hebiatria.







» Saiba o que acontece na primeira consulta a um hebiatra



» Principais problemas que levam os jovens ao médico



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Para elucidar as dúvidas sobre a especialidade, dois especialistas falaram ao Terra: Maurício de Souza Lima, hebiatra da Unidade de Adolescentes e coordenador do Ambulatório dos Filhos de Mães Adolescentes do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP); e Ligia Reato, coordenadora do Instituto de Hebiatria da Faculdade de Medicina do ABC e vice-presidente do Departamento de Adolescência da Sociedade Brasileira de Pediatria. Confira as respostas:







1- Qual é a faixa etária atendida pelo hebiatra?



Os hebiatras, na teoria, seguem o que dita a Organização Mundial (OMS): adolescência é o período entre os 10 e 20 anos. "Na prática não é tão simples, já que a puberdade é a fase definida pelas primeiras mudanças no corpo e pode ocorrer até antes dos 10 anos. E também a entrada na vida adulta depende de muitas variáveis", diz Ligia.







2- O que diferencia a hebiatria da pediatria e da medicina com enfoque na vida adulta?



Além do conhecimento da parte física (hormônios, nutrição) e dos principais problemas de saúde dessa fase da vida, que são diferentes das crianças e dos adultos, o hebiatra precisa ter um olhar psicoemocional para perceber e lidar com novas situações que se colocam para os adolescentes, como iniciação sexual, uso de drogas, gravidez na adolescência, comportamentos semelhantes ao grupo e violência urbana.







3- Por que a necessidade de um médico para adolescentes?



Além de ser uma fase marcada por muitas e rápidas mudanças do ponto de vista biológico, é na adolescência que se definem identidade, capacidade reprodutiva, orientação sexual, enfim o jeito de pensar e encarar o mundo. "Movido pela curiosidade, muitas vezes o adolescente pode se expor a riscos, principalmente quando está com o grupo de amigos", alerta o hebiatra da USP. Isso porque, explica Ligia, "a experimentação e onipotência, a sensação de que nada vai acontecer comigo, são características dos jovens".







4- Como abordar assuntos polêmicos com os jovens?



Souza Lima sugere que a comunicação deve ser feita no dia a dia, aproveitando os assuntos como sexo, drogas e violência abordados na TV, revistas, jornais, na rua, na escola. "Os pais devem perguntar a opinião dos filhos, assim como eles mesmos precisam expor o que pensam aos jovens." Ligia explica que a consulta é estruturada para tocar nesses assuntos também. "A menina dificilmente vai dizer que a menstruação atrasou e acha que está grávida. Então abordamos sempre a sexualidade e acabamos descobrindo".







5- Que tipo de orientação o hebiatra dá aos pais em relação à sexualidade?



"Embora os adolescentes estejam se separando da família nessa fase da vida, orientamos os pais a continuarem tentando sempre a conversa. Muitos adolescentes podem parecer refratários, mas acabam agradecendo depois", relata Ligia. Segundo a hebiatra, eles precisam de pessoas que o escutem e sejam boas referências. "Os esportes, por exemplo, são ótimas opções, pois deixam o jovem longe das drogas e contribuem para a formação", diz ela. Além disso, os pais precisam estar atentos e acompanhar os passos dos filhos, cuidando para não cair numa relação "policialesca".









Saiba o que acontece na primeira consulta a um hebiatra
Rosana Ferreira







O hebiatra Maurício de Souza Lima, autor do livro Filhos Crescidos, Pais Enlouquecidos (Editora Landscape), esclarece as etapas que fazem parte da primeira consulta ao especialista em adolescentes.







» Se seu filho é adolescente, leve-o a um hebiatra







Na primeira etapa da consulta, o adolescente vai acompanhado da mãe ou do pai no consultório para esclarecimentos de como ocorrerão as consultas. Na segunda, o adolescente vai para a sala de espera e os pais ficam na sala do médico. Na terceira, os pais vão para a sala de espera e o adolescente volta para a sala do médico.







Segundo o Código de Ética Médica, o adolescente tem direito à privacidade durante a consulta, ou seja, pode ser atendido sozinho se quiser. "Isso é primordial", afirma Lima. Assim, nas seguintes o jovem é atendido sozinho, mas os pais podem conversar com o médico sempre que quiserem.







Cada um na sua



A privacidade é importante, segundo Lima, porque o adolescente pode conversar com o médico sobre assuntos que não conversaria se a mãe ou pai estivessem ao lado, como questões relacionadas à atividade sexual, curiosidade sobre drogas ou outros assuntos complicados. "Neste momento, o médico conversa a respeito das situações de risco em que ele pode estar se envolvendo", diz o hebiatra.







Outra situação que justifica a ausência dos pais dentro da sala do médico é que, nessa fase da vida, começam a ocorrer mudanças físicas do corpo, e muitos adolescentes se sentem envergonhados em trocar de roupa na frente dos pais. Dessa forma, o exame físico também acontece sem a presença deles.







No entanto, a hebiatra Ligia Reato, autora do livro Hebiatria - A Medicina da Adolescência (Editora Roca), em parceria com Jacques Crespin, defende o sigilo desde que o adolescente não corra risco de vida. "Nesse caso, é preciso avisar o adolescente que vai relatar o problema aos pais. Falar abertamente mantém o laço de cumplicidade, essencial para a relação entre hebiatra e paciente", diz ela.







Principais problemas que levam os jovens ao médico
Rosana Ferreira







Conheça as principais preocupações dos adolescentes, segundo os hebiatras. No consultório, é comum eles ouviram as seguintes queixas:







» Se seu filho é adolescente, leve-o a um hebiatra







Meninos



- Crescimento: geralmente, porque acham que estão muito baixinhos em relação aos amigos



- Falta de músculos: querem começar a fazer academia muito cedo



- Tamanho do pênis: perguntam se são "normais"



- Ginecomastia: aumento excessivo das mamas



- Acne: a preocupação estética é forte nesta fase







Meninas



- Mudanças do corpo: crescimento dos seios, sobrepeso, estrias



- Menstruação: atrasos, fluxo etc.



- Dúvidas sobre anticoncepcionais: querem iniciar a vida sexual de forma segura



- Acne



- Distúrbios alimentares: cresce o número de pacientes com anorexia e bulimia.