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O conteúdo deste blog é direcionado a professores, coordenadores pedagógicos e diretores de instituições públicas e particulares de ensino, além de psicopedagogos, pais e interessados na prevenção contra problemas de aprendizagem.

Pense Nisso!


Nada está no intelecto que não tenha passado antes pelos sentidos
(Provérbio antigo)



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sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

O QUE SIGNIFICA A IGNORÂNCIA?


É comum ouvir expressões do tipo: "Ele(a) é ignorante!" ou "Quanta ignorância!" as quais são sempre dirigidas a alguém em estado nervoso e/ou agressivo durante uma discussão, por exemplo.
Mas.... quem chama o outro de ignorante sabe o que está dizendo? O que foi chamado de ignorante entende tal expressão? A que se atribui a ignorância?
Convido-os a ler o texto abaixo. Há respostas para todas essas questões e muito mais. Juntos podemos refletir e, quem sabe, mudar nosso conceito sobre IGNORÂNCIA!

Noêmia A. Lourenço




A FUNÇÃO DA IGNORÂNCIA



Bom dia a todos!


É bom estar aqui com vocês e, de alguma maneira, compartilhar um pouco das minhas elaborações feitas no grupo de estudos sobre as “Paixões do Ser: o Amor, o Ódio e a Ignorância”, coordenado por Ângela Lobato.


Quando iniciamos os estudos sobre o tema, abrimos um leque de leituras variadas e, no trajeto, fui apreendendo a amplitude desse assunto, tendo muito gosto em estudá-lo. Durante um ano e meio, estivemos envolvidas nesta dinâmica, iniciando os trabalhos com o estudo do amor, depois do ódio e, por último, da ignorância. Ocorreu-me o tempo todo, uma necessidade imensa de estudar a ignorância, por ser ela um dos pontos altos do meu trabalho como psicopedagoga, pois geralmente as queixas iniciais nos remetem a perturbações na aprendizagem que se configuram numa dificuldade em aprender, em atentar, em querer conhecer, entre outras.


Só que, no trajeto desse estudo, além do meu interesse como profissional, interessei-me pelo que se produz em uma análise. Em ambos os espaços, busca-se a produção de um saber, tendo como forças antagônicas o Real, registro da impossibilidade de simbolizar, e o Simbólico, conjunto de representações baseado em signos e significações que precisam o sujeito à sua revelia. Nesses contextos, o psicopedagógico e o psicanalítico, o que é que sustenta essa busca? Creio que o que sustenta essa busca é o desejo de realização como ser de ignorância, respectivamente, do sujeito do conhecimento e do sujeito do inconsciente. Falarei um pouco mais do sujeito do conhecimento e um pouquinho apenas do sujeito do inconsciente, no intuito de retratar aqui minhas questões durante o estudo.


Do ponto de vista psicopedagógico, o domínio do conhecimento abrange todo o saber codificado pela linguagem ou pelos gestos, permanecendo, no entanto, um domínio do saber que escapa ao conhecimento, a essência intransmissível do vivido. Ou seja, qualquer conhecimento contém uma parte do saber que permanece intransmissível.


Nesse sentido, um sujeito só aprende o que é conhecimento no outro e por si mesmo. Do outro não somente por que é o outro que detém o conhecimento, mas, sobretudo, porque, na aprendizagem, esse outro aceito pelo sujeito, como portador de um saber qualquer, inspira nele intenção e confiança em adquirir o conhecimento que ele porta. Também aprende por si mesmo, por procurar reorganizar, por meio de seus próprios recursos cognitivos e significantes, o conhecimento do qual ele recebe apenas fragmentos. Essa apropriação do conhecimento está longe de ser passiva: ela exige a organização operatória do código e a aquisição de regras pelas quais pode ser gerada a significação. Aprender a andar, a se servir, a falar, a fazer cálculos numéricos, são formas de transmissão de conhecimentos. A aprendizagem permite, portanto, transformar os reflexos em uma ordem de significação que possibilite integrá-los como valores. Essa ordem de significação muitas vezes possibilita aprendizagens assimiladas pelo conhecimento do sujeito sem alterar o sistema, mas estas, por outro lado, também podem entrar em oposição com esse conhecimento engendrando uma reorganização do adquirido anteriormente. Enquanto processo de conhecimento, a aprendizagem não somente é gerada pelo distúrbio, mas também o produz.


Logicamente, a ausência de conteúdos prévios consolidados é a causa e o efeito da historicidade humana. Dotada de recursos inteligentes que possibilitam a acumulação da experiência de geração em geração através da aprendizagem, a espécie humana instaura-se na historicidade, enquanto que os sujeitos tornam-se significantes do lugar histórico que eles ocupam no “processo de transmissão de conhecimentos”. Nesse processo, a aprendizagem pode ser ampliada situando-se entre os dois pólos, onde a transferência produz-se: de um lado, a instância do outro, aquele que é considerado capaz de saber; do outro lado, a instância do sujeito do conhecimento, que vai tornar-se sujeito exatamente por causa da transmissão, pois todo conhecimento, nem que seja o de um saber a ser negado, estabelece o assujeitamento do ser à cultura e sua alienação singular de construir a realidade humana.


Dito isso, o conhecimento não pode ser construído de uma só vez. Ele é obtido, por meio de uma elaboração conjunta entre aquele que ensina e aquele que aprende, num espaço onde seja possível veicular uma forma de saber. O conhecimento transmite-se, então, através de um ensino por traçar uma significação, que simultaneamente refere-se à estrutura inteligente e à estrutura simbólica, e que vai produzir nos sujeitos, a generalização que permite reconstruir o conhecimento de origem, provocando a identificação do sujeito com o ensinante, e, assim, tornando-se um transmissor.


O ensino, fatalmente, transmite o conhecimento de um modo parcial e descontínuo. A relação que há entre o ensino e o conhecimento que é veiculado é suficientemente indeterminada para permitir que a ignorância se introduza sutilmente no intervalo. Trata-se de insígnias que transmitem conhecimentos diferentes e até opostas àqueles que supostamente representam. A ignorância permite outorgar ao conhecimento transmitido um caráter absoluto e serve para aceitar o conhecimento como “a verdade”, aguardando o momento de poder avançar na compreensão. Dessa forma, os alunos admitem, à medida que se desenvolvem, que é possível, por exemplo, subtrair obtendo um número negativo, depois de terem ouvido durante anos que “não se pode diminuir nove de sete”.


Quando o ensino está relacionado a um conhecimento e este pode ser reproduzido, seu papel na transmissão de conhecimentos tem sucesso. Em contraposição, o conhecimento serve à ignorância quando o ensino é oferecido como sendo o próprio conhecimento, com um caráter absoluto que não permite a generalização e menos ainda a crítica. A identificação do conhecimento com quem o transmite é a base da produção da ignorância, pois é necessário, para garantir a apropriação do conhecimento, que o ensino seja generalizado, e que o mestre fale conforme uma lógica, uma coerência que não lhe pertence. O ensinante que atua como mestre absoluto de seu discurso e que faz os outros crerem, pode instaurar a ignorância como um problema.


Uma das maneiras de vencer um problema de aprendizagem é encontrar o papel que a ignorância exerce na vida do sujeito: trata-se de descobrir a função que representa o conhecimento na estrutura simbólica segundo a qual o sujeito é constituído. Em cada família, o conhecimento tem uma significação particular: Ele pode ser concebido como um atributo dos homens ou das mulheres, dos adultos ou das crianças, da incompletude ou da perfeição. Pode estar ligado a sentimentos de medo, de inveja, de competição, de impotência ou estar relacionado ao prestígio, a um segredo de família, ao fracasso. A ignorância só é interpretável levando em conta as significações inconscientes.


Em “Inibição, Sintoma e Angústia”, Freud (1925) aponta que a palavra inibição confere enfraquecimento a uma função, enquanto que a palavra sintoma confere uma transformação dessa função. Nesse sentido, considero importante diferenciar dois estados de ignorância que geram comportamentos de não-aprendizagem: a ignorância como inibição e a ignorância como sintoma.


A ignorância como inibição pode aparecer em casos limitados e ligados a situações pontuais. A não-aprendizagem pode corresponder a uma retração intelectual do “eu”(moi). Entendo, com isso, uma retração do inconsciente lógico que dá a imagem de um “eu”(moi) ignorante. Essa retração pode aparecer, segundo Freud, em três ocasiões: a primeira, quando os órgãos intervenientes na ação de aprender sexualizam-se; a segunda, quando o sujeito evita o sucesso, apresentando, no momento preciso de obtê-lo, um comportamento de fracasso de si mesmo. É preciso levar em conta que o saber está sempre submetido ao interdito; e a terceira, quando o “eu”(moi) requer toda a energia disponível, por exemplo durante o período de luto. A dificuldade de aprender parece estar ligada aí à falta de resignação das aprendizagens que representam a situação perdida.


Já a ignorância como sintoma se mostra como perturbações mais permanentes, geralmente representando uma relação patológica entre o sujeito e o conhecimento. Para Freud, também o déficit cognitivo pode compor um sintoma. Ele supõe, então, que houve um recalcamento prévio de um acontecimento cuja ação de aprender determina a significação substituída. Nesse caso, o sujeito pode manifestar duas reações inversas: uma obedece à pulsão da repetição da situação traumática, e a outra condiz à necessidade de evitar uma situação cuja cicatriz psíquica indica o perigo. Segundo Freud (1909), disso resulta que a perturbação da aprendizagem pode surgir como uma reação neurótica por causa da interdição da satisfação. Assim, tanto faz que o sujeito distancie-se da realidade e a procure no fantasma, ou que se fixe psicologicamente numa época em que era bem mais feliz. Os transtornos na aprendizagem geralmente aparecem como efeito secundário de uma perturbação psíquica e não como seu representante ou sua transformação simbólica.


É necessário acreditar, então, que a ignorância, no sujeito que aprende, representa seu modo de viver a relação com o “outro do conhecimento”, um jeito de resolver a alternativa dramática, posta já a Adão e Eva, entre o saber e a ignorância. Para ajudar o sujeito a superar sua perturbação, é preciso restituir ao conhecimento e à atividade cognitiva a alegria que foi pervertida sob a forma de ignorância.


Nas perturbações da aprendizagem, a compreensão simultânea do funcionamento da estrutura cognitiva e da estrutura do desejo permite descobrir sua articulação no sintoma, que comparece quando o funcionamento cognitivo foi captado pela estrutura simbólica e transformado numa metáfora referente à relação do sujeito com o conhecimento. Da mesma maneira que o funcionamento do organismo configura uma dramática específica no cenário inconsciente da histérica, as operações do pensamento podem chegar a alienarem-se como significantes daquilo que o outro interdiz ou permite ao sujeito saber.


Portanto, as perturbações da aprendizagem são formas de ignorância que afetam o desenvolvimento. Elas dependem daquilo que, no conhecimento, é vivido como ausência, mistério, insuficiência, segredo, inadequação, enigma. A edificação do conhecimento não se realiza ao caso, mas sobre o terreno que a ignorância designar-lhe com a obstinação do não-sentido. Poder-se-ia dizer, evocando um outro Zuyderzee, que lá onde era ignorância, conhecimento pode advir.


Do ponto de vista psicanalítico, Lacan, no Seminário I, fala de três paixões transferenciais, nas quais o ser se realiza: No Amor, articulando o Simbólico com o Imaginário, elidindo o Real; no Ódio, articulando o Real e o Imaginário, elidindo o Simbólico; e na Ignorância, articulando o Real e o Simbólico, elidindo o Imaginário.


Dessas três formas, a ignorância é, segundo Lacan, “a ação realizada pelo homem que o põe em condição de tratar o real pelo simbólico, que nisto ele encontre mais ou menos imaginário, toma aqui valor secundário”. Ou seja, a ignorância abre espaço ao não-saber para que uma Psicanálise se opere, movendo o sujeito em direção à verdade de seu desejo, do saber elaborado.


A ignorância reconhecida e assumida por analista e analisando no âmbito analítico, constrói a transferência onde ambos também dizem sim ao inconsciente, um ocupando o lugar do suposto-saber e o outro querendo saber, articulando-se dialeticamente nas vias de acesso ao saber, nas quais o sujeito há de advir.


Nesta composição, ambos reduzidos e conduzidos por entre os significantes que se articulam como referências do Real e do Simbólico, são regidos pelo desejo de que um saber se produza no sujeito. Vivência conjunta de uma condição semelhante de ignorância, mas que se diferencia na medida em que um efeito de verdade comparece, produzindo no analista uma espécie de sublimação que o conduz a uma nova utilização desse efeito produzido, e, no analisando, uma experiência mínima de acesso ao saber. Acredito que Goethe, em “Fausto”, escreve algo que nos remete a esta experiência vivida entre analista e analisando, na qual a ignorância é a membrana que sustenta a possibilidade de vir a saber. Ele diz: O que foi, torna a ser. O que é, perde existência. O palpável é nada. O nada assume essência.”


O sujeito não produz o pensamento, mas não há nada no pensamento, que não seja sujeito, que não tenha o sujeito por tema. O pensamento deriva do fato de tornar presente o ausente, daí decorre uma dor proveniente da percepção do ausente e, um conseqüente trabalho de reconstrução do perdido. Passamos a vida toda buscando o que perdemos. O jardineiro trabalha com a planta e também trabalha com algo que está dentro dele. Os sujeitos do conhecimento e do inconsciente engendram o ser que, apaixonado, age, criando ou modificando a realidade. E, nesse ponto, concluo minha fala, remetendo-os novamente a Goethe, em “Fausto”, quando na Cena I do Quadro IV, escreve o seguinte:


“O que inda vale


como compensação, é esta ânsia inata


que nos ala o querer, do ínfimo escuro vale,


às altas regiões, onde a alma se dilata,


em comunicação co’o sobrenatural. [...]






(Abre a Bíblia no Evangelho de S. João)






No princípio era o Verbo. É esta a letra expressa;


aqui está... No sentido é que a razão tropeça.


Como hei de progredir? Há ’í quem tal me aclare?


O Verbo!! Mas o Verbo é coisa inacessível.


Se apurar a razão, talvez se me depare


para o lugar de Verbo um termo inteligível...


Ponho isto: No princípio era o Senso... Cautela


nessa primeira linha; às vezes se atropela


a verdade e a razão co’a rapidez da pena;


pois o Senso faz tudo, e tudo cria e ordena?...


É melhor No princípio era a Potência... Nada!


Contra isto que pus interna voz me brada.


(Sempre a almejar por luz, e sempre escuridão!)


... Agora é que atinei: No princípio era a ação.”






Ione Silva
Pedagoga
Psicopedagoga
Psicanalista – IPB


Brasília, outubro/2006



Fonte: http://www.interseccaopsicanalitica.com.br/int-participantes/ione-silva/funcao-ignorancia.doc



segunda-feira, 30 de novembro de 2009

TAMBÉM PARA FINAL DE ANO LETIVO...

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Sugestões de Dinâmicas

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

LIDERANÇA





Seja um Líder
O novo líder do século XXI deve ser diferente de tudo o que possa vincular a sua posição a um status de poder autoritário. Ao contrário; precisa desenvolver uma perfeita habilidade para conduzir sua autoridade,  influenciando e motivando seus liderados, estimulando-os a contribuir  para a realização do objetivo ou do projeto em execução. Deve socializar as responsabilidades de maneira sutil,  vinculando o sucesso de cada membro ao sucesso do grupo. Obviamente; sempre será necessário exercer alguma forma de poder para liderar uma equipe. No entanto, o autoritarismo deve ser descartado e substituído por preceitos mais eficientes embasados em relações mais humanas.
Os líderes do passado, preferiam manter as pessoas em estado de ignorância para facilitar a manipulação através da intimidação e do autoritarismo. Felizmente essa era está chegando ao fim. Quem tenta se manter na liderança utilizando-se dessa filosofia está fadado ao fracasso, visto que hoje existem poucos seres humanos ingênuos.  Para liderar e obter êxito nos dias atuais é necessário ter paciência, humildade disciplina, respeito e compromisso. Além do mais num mundo competitivo como o de hoje, produtividade significa muito mais que a produção física em si. Há que se levar em conta que muito pais precioso que a mão-de-obra é o ser que a produz. Investir no capital humano é a tarefa do novo líder que deseja se manter no topo.
Um ser humano motivado produz muito mais do que dez outros que estejam sendo subjugados ou coagidos pelo temor.
O líder do século XXI alcançará status pela sua capacidade em lidar com as diferenças, respeitando-as e utilizando-as como fator decisivo para o progresso do projeto e para o bem comum, ao mesmo tempo. O líder do futuro é aquele que respeita os seus liderados, permitindo e até estimulando o desenvolvimento das competências e habilidades da equipe, exercendo seu "poder" de uma forma mais humana. Só assim, poderá ser respeitado de fato, pelo seu modo de ser embasado em preceitos de ética, justiça, equilíbrio e por um entusiasmo que contagia todo o grupo. Em outras palavras, o novo líder é aquele que suprime o exercício do poder para exercitar a autoridade motivadora. Ao invés de controlar pelo medo, contagia a equipe, encorajando as pessoas a  se sentirem mais seguras, dignas e necessárias ao bom desempenho das tarefas que lhes são confiadas.
Um líder deve ter sensibilidade - quase espiritual - para perceber e entender as necessidades prementes daqueles que pretende liderar. Deve ter uma personalidade otimista e positiva que inspire confiança, mantendo a equipe sempre entusiasmada.
O fator primordial para potencializar a sua capacidade de liderar está diretamente relacionado à sua capacidade de servir. Todas relações sociais harmônicas são embasadas na troca. Uma empresa líder de mercado troca seus produtos por uma quantidade de dinheiro a que as pessoas estão dispostas a pagar, tendo em vista a sua real necessidade e o valor agragado. Assim é com a liderança: servindo aos seus colaboradores em suas necessidades, você têm um retorno garantido e proporcional à sua capacidade em servir bem.
O líder atual deve ser ativo e atualizado, buscando sempre um aprimoramento contínuo que  amplie seus conhecimentos e suas habilidades para que possa transparecer confiança aos liderados. Além disso; deve dominar com maestria a área de atuação para que possa exercer seu papel com competência.
O novo líder deve ser ainda um profundo conhecedor da psique humana. Deve compreender e respeitar o lado abstrato da organização, aprendendo a trabalhar as diferenças de tal forma a criar uma equipe harmônica e cooperativa, onde todas os membros se sintam integrados e valorizados.
Todos os grandes líderes de fato são pessoas que se mostram capazes de dirigir um projeto com extrema paixão, sentimento e entusiasmo. Essa demonstração de amor, afeto e fé ao que se faz ou se pretende fazer, cativa as pessoas e as atraem como imã para perto de si. Pense nisso se você estiver disposto a galgar algum posto de liderança. Através dessa influência positiva e motivadora, surge a perspectiva de uma liderança duradoura e eficaz que pode produzir mais e melhor. Isso não significa que o líder deva ficar a mercê dos seu liderados. Pelo contrário: os liderados é que devem sentir-se bem diante de um comando humanitário, eficaz, planejado, justo, organizado e harmônico. Aquele que não se entrosar nesse ambiente, tampouco poderá ser considerado colaborador. E, aí, entra a capacidade gerencial do líder que começa na seleção inicial do seu pessoal, passa pelos ajustes necessários e finaliza com a necessária intervenção quando for necessário. Dessa forma; o novo líder executa uma autoridade eficaz, sem contudo se tornar autoritária.
Há pessoas que são líderes natos. Quem não se lembra dos tempos de escola onde sempre alguém se sobressaía nos papéis de comando. Mas isso não significa que a liderança não pode ser construída. Ninguém nasce pronto. Todos os pequenos ou grandes líderes se fizeram mediante um aprendizado consciente ou inconsciente. Muitas vezes; as bases do caráter de um líder são construídas no ambiente familiar ou social em que vive. Outras lideranças são construídas à duras penas, diante das necessidades e obrigações que a vida impõe.
Se você já possui desenvolvido um espírito de liderança, é hora de repensar nos novos paradigmas apresentados, dentro do conceito da nova sociedade global, crítica e analítica que está sendo formada nas escolas e fora delas.
Se você não tem nada de líder, é hora de aprender a se tornar um, com urgência. A sociedade está carente de novos líderes que se sustentem a si mesmos e dêem sustentação ao bem comum, pelo exemplo e pela competência.
Todos devem apreender os preceitos de liderança. Para ser um bom pai é preciso ser um bom líder. Para administrar um lar, torna-se imprescindível ter conhecimento de alguns preceitos de liderança. Para gerenciar uma empresa, uma equipe... Enfim.
Por ser uma necessidade básica a todo ser humano que deseja crescer e evoluir em qualquer aspecto da existência, eu (Francisco Ferreira) resolvi postar este texto sobre liderança aqui na Casa do Aprendiz. A seguir; apresento uma análise pessoal sobre alguns preceitos de liderança embasado em pesquisas pessoais, vivências e cursos. Espero que seja de grande valia para todos e que sirvam de estímulo para a busca de novos conhecimentos. Vejamos:


Perfil do novo líder
-  O novo líder deve, em primeiro lugar, conhecer profundamente a essência de seu próprio ser (autoconhecimento). Para tanto, deve fazer uma introspecção pelos caminhos do eu, observando e analisando seus próprios sentimentos, reconhecendo seus vícios e suas virtudes, fazendo uma relação entre seus pensamentos, sentimentos e ações. Somente conhecendo e dominando a si próprio, pode um homem ser capaz de liderar com êxito;
- Capacitar-se a identificar, rotular e dirigir seus sentimentos controlando e reprimindo as emoções negativas e a tensão ao mesmo tempo em que trabalha a sua psique para a ampliação de sentimentos que constroem.
- Aprender a lidar com seus sentimentos para se tornar capaz de compreender os sentimentos dos outros e inserir na perspectiva de cada um. Para isso, o líder deve desenvolver a capacidade de se colocar no lugar do outro e compreender como esse outro se sente com relação aos demais. Isso se faz mediante o desenvolvimento de uma intuição racional, construída na observação das reações emocionais dos outros; na observação de padrões de comportamentos de pessoas e grupos; na interpretação de indícios sociais característicos de cada um e entendendo como aplicar os mecanismos de influência pessoal e social para delinear comportamentos e ações dos liderados;
- Buscar a excelência em todos os aspectos de sua vida, principalmente naqueles relacionados à sua área de atuação;
- Demonstrar na prática a disposição para fazer sacrifícios pessoais significativos pelo bem comum;
- Elaborar um plano de ação e apresentá-lo ao grupo como algo em construção, inacabado; demonstrando disposição em aceitar opiniões e idéias para aprimorá-lo;
- Em todas as questões de interesse coletivo; pergunte ao grupo o que é ideal para a solução dos problemas e apresente, em contrapartida, o que é possível no momento, deixando a perspectiva de, com a ação responsável de todos, melhorar sempre para alcançar tal meta;
- Comprometer-se com os outros, com as diferenças pessoais e com os valores éticos e morais;
- Incutir na ideologia do grupo que os esforços pessoais são pré-requisitos para o crescimento em todas as áreas: familiar, profissional e social; demonstrando - se possível - através da citação de exemplos, que nada de grande se constrói de repente;
- Ter bom conhecimento de mundo e profundo conhecimento das áreas afins ao círculo de ação vinculado ao seu projeto, empreendimento ou meta;
- Desenvolver a capacidade de motivar as pessoas não só pela emoção, mas também pelo exemplo;
- Apresentar seus propósitos, projetos ou metas de maneira clara e definida, em uma linguagem objetiva, ao alcance de todos;
- Reforçar seu grande empenho e seu fiel compromisso ao que diz e ao que faz, proporcionando um impacto positivo nas pessoas. Dessa forma; os seus liderados se identificam com a sua proposta, passando a internalizar as suas idéias;
- Planejar de antemão suas ações para que possa perseverar em suas decisões de tal forma que inspire confiança e motivação no grupo;
- Manifestar e encorajar nos membros do grupo o desejo de auxiliar no desenvolvimento do projeto, vinculando o mesmo ao desenvolvimento pessoal e coletivo. Isso se faz reforçando a idéia de que o crescimento e o fortalecimento de cada um será essencial para o sucesso do projeto e vice-versa;
- Celebrar e reforçar a necessidade da harmonia da equipe, convocando a todos para permanecerem com espírito de alegria, solidariedade, dignidade, reforçando a importância da união para o sucesso de cada um, do grupo e em conseqüência, do projeto em andamento.
Ajude-nos a disseminar idéias que constroem. Envie o texto desta página para alguém que você estima, Clicando aqui


 
Este texto foi escrito por Francisco Ferreira (Mr. Smith).

Está licenciado sob uma Licença Creative Commons.


Fonte:  http://www.acasadoaprendiz.com.br/seja_um_lider.html

terça-feira, 6 de outubro de 2009

ORIENTANDO PAIS E PROFESSORES...


As orientações a seguir são excelentes. Elas são dirigidas aos pais, porém sugiro que os professores também as sigam adaptando-as em alguns detalhes para o trabalho desenvolvido em sala de aula.


Vale ressaltar que há pais e professores que se sentem perdidos, confusos e não sabem lidar com as dificuldades de aprendizagem de filhos e alunos.

Outra sugestão é que essas orientações sejam também aplicadas à classe como um todo, pois ao mesmo tempo em que o professor colabora com os que apresentam dificuldades de aprendizagem, junto aos demais essas poderão ser evitadas, de modo a valorizar o potencial de todos a partir da autoestima.

Ressalta-se também que é essencial a presença, a colaboração da família com a escola, especialmente no processo de ensino e aprendizagem de seus filhos.

Noêmia A. Lourenço


Orientações aos pais de crianças com dificuldades de aprendizagem:



• Usar linguagem direta, clara e objetiva quando falar com a criança;

• Utilizar frases curtas, concisas e simples ao passar instruções para realizar tarefas escolares tais como: lições e trabalhos escolares e tarefas do dia-a-dia;

• Olhar diretamente para a criança mantendo a atenção, desestimulando a dispersão e favorecendo a comunicação;

• Estabelecer um horário de estudo diário em local apropriado, longe de aparelhos eletrônicos ou alimentos;

• Possibilitar que a mesa de estudo fique próxima aos pais, favorecendo assim o diálogo, o acompanhamento das tarefas e as orientações, resolvendo dúvidas e reforçando os vínculos familiares;

• Verificar se a criança está entendendo e acompanhando o objetivo, o fundamento, a essência, o raciocínio, a explicação e os fatos a que se refere a lição;

• Verificar quais as dúvidas e como podem ser resolvidas de imediato. Explicar e repetir sempre que for preciso com exemplos diversos as respeito do que está sendo objeto da lição;

• Utilizar outras formas de explicação tais como: letras móveis, palitos para contagem, gravuras, texturas, músicas, fantoches ou softwares. Utilizar régua para leitura;

• Certificar-se de que as instruções para determinadas tarefas foram compreendidas. O que, quando, onde, como, com o quê, com quem, em que horário. Não economizar tempo para constatar se ficou realmente claro para a criança o que se espera dela;

• Observar se a criança faz as anotações de maneira correta e, se for necessário, instruí-la a ter um método de anotar correto criando estratégias para obter esse efeito;

• Reduzir a quantidade de material a ser lembrado evitando material desnecessário que possa dispersá-la;

• Utilizar cadernos de cores diferentes para as matérias, associando as cores ao conteúdo;

• Utilizar agenda e apostilas coloridas, favorecendo a atenção ao material utilizado;

• Utilizar esquemas que a ajudem a executar as atividades tais como: dicas, atalhos, jeitos de fazer, associações;

• Colocar em seu quarto um quadro de avisos para que a criança coloque as datas de tarefas, provas, festividades e outros compromissos;

• Observar se está socialmente integrada e prioporcionar atividades que a integrem ao grupo social;

• Acreditar que é possível a aprendizagem.

Marci Tereza A. de Araújo – Psicopedagoga do espaço Psicossocial da AFAM



Fonte:

Boletim Informativo da AFAM (Associação Fundo de Auxílio Mútuo dos Militares do estado de são Paulo) – Ano VIII – nº 56 – junho/julho de 2009 – p. 8


"SOU PROFESSOR..."

“Sou professor a favor da decência contra o despudor, a favor da liberdade contra o autoritarismo, da autoridade contra a licenciosidade, da democracia contra a ditadura de direita ou de esquerda.
Sou professor a favor da luta constante contra qualquer forma de discriminação, contra a dominação econômica dos indivíduos ou das classes sociais.
Sou professor contra a ordem capitalista vigente que inventou esta aberração: a miséria na fartura.
Sou professor a favor da esperança que me anima apesar de tudo.
Sou professor contra o desengano que me consome e imobiliza.
Sou professor a favor da boniteza de minha própria prática, boniteza que dela some se não cuido do saber que devo ensinar, se não brigo por este saber, se não luto pelas condições materiais necessárias sem as quais meu corpo, descuidado, corre o risco de se amofinar e de já não ser testemunho que deve ser de lutador pertinaz, que cansa, mas não desiste”.


Paulo Freire
Trecho de “Pedagogia da Autonomia” (Ed. Paz e Terra)


sexta-feira, 2 de outubro de 2009

HOMENAGEM AOS PROFESSORES II

15 DE OUTUBRO
FELIZ DIA DOS PROFESSORES!


HOMENAGEM AOS PROFESSORES I

15 DE OUTUBRO
FELIZ DIA DO PROFESSOR!



segunda-feira, 7 de setembro de 2009

O QUE A CRIANÇA VÊ, ELA FAZ...

É importante ter sempre em mente: A CRIANÇA É UM SER EM FORMAÇÃO. ELA APRENDE MUITO MEDIANTE O EXEMPLO.


sexta-feira, 4 de setembro de 2009

TELEVISÃO: AMIGA OU INIMIGA? II

Televisão: amiga ou inimiga?

A televisão é o mais influente meio de comunicação social, pois alcança milhões de pessoas ao mesmo tempo e consegue ser entendido por todas elas, ainda que de formas diferentes, pois cada indivíduo interpreta ao que assiste na TV em função do conhecimento que já tem sobre as coisas.
A TV informa, diverte, estimula a fantasia e a imaginação e traz para você, o telespectador, notícias, versões do que está acontecendo perto de você ou em lugares distantes. E você assiste a tudo isso, deitado ou sentado, dentro de sua própria casa.
Fala-se muito ainda que as crianças não lêem, não vão bem na escola, não estudam, têm dificuldades de se expressar porque assistem à televisão quase todo o tempo. Esse é um preconceito já desgastado e que procura transformar a televisão em bode expiatório. Se a criança acaba assistindo a cinco horas de TV por dia em vez de brincar fora de casa e com amigos é porque alguma coisa errada está acontecendo. Na certa, a sociedade e a cidade não estão oferecendo a ela outras opções de lazer.
Por que a televisão se torna uma coisa tão atraente? Se outros tipos de divertimentos fossem propostos às crianças, será que não as atrairiam também?
Está na hora de a escola aliar-se à televisão. A TV pode ajudar no trabalho em sala de aula, inclusive ensinar as crianças a se tornarem mais seletivas e críticas em relação aos programas e ao próprio veículo. Pela linguagem verbal, aliada aos outros sons e às imagens, é possível fazer uma análise do que se está vendo. Por exemplo, se você observar os comerciais de TV, sobretudo aqueles destinados ao público infantil, verá que há coisas muito bonitas e positivas. O comercial brinca com adjetivos, com diminutivos de nomes, com a rima, com a linguagem afetiva da criança e usa muito a linguagem poética. O professor de português pode aproveitar tudo isso para ensinar a refletir sobre os usos da nossa língua e também para alertar sobre a presença constante de imperativos disfarçados que são embutidos em todos os comerciais. Eles dão ordens nem sempre muito claras. E você não deve nem precisa obedecer a eles, a menos que faça uma análise crítica do que mostram e dizem e concorde com isso.


Maria Thereza Fraga Rocco. Professora e pesquisadora da Universidade de São Paulo. Autora do livro Linguagem autoritária, televisão e persuasão.


Fonte:
BRAGANÇA, Angiolina; CARPANEDA, Isabella. Bem-te-li: língua portuguesa. São Paulo: FTD, 1999. (Coleção Bem-te-li; v. 4)

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

PARCERIA ENTRE ESCOLA E FAMÍLIA II


A partir do vídeo postado anteriormente é possível verificar que há possibilidade de estabelecer parceria com a família.
Há inúmeros casos que demonstram a distância entre ambas (escola e família) e casos que revelam a disposição das famílias no que tange a colaboração. Veja o exemplo:
Uma mãe encontra-se desiludida com a professora e a escola. Sabe por que?
O filho apresentou dificuldade de aprendizagem desde o 2º ano (1ª série). Estando no 3º ano (2ª série) foi solicitado a ela que levasse o menino a um psicólogo para diagnosticar o problema. A mãe, sempre atendendo às solicitações, o levou. O resultado foi satisfatório. Seu filho não tinha problemas psicológicos. Então foi encaminhado a um psicopedagogo com a queixa de hiperatividade (diagnóstico da escola). Aqui começou a superação das dificuldades. Depois de ter sido avaliado diagnosticou-se que o menino não era hiperativo e sim, apenas não tinha sido estimulado para a aprendizagem da leitura e escrita. O Psicopedagogo recomendou a utilização de óculos e sugeriu que a mãe providenciasse aulas particulares. A mãe, mais uma vez, imediatamente conduziu-o a um oftalmologista, comprou o óculos e contratou professora particular para que fosse alfabetizado. No período de seis meses aproximadamente o filho aprendeu a ler e a escrever e, quando despertou para a leitura, já estava no 4º ano (3ª série). Surgiu novo problema: ele, feliz, realizava as tarefas cantando baixinho, assoviando... A professora não conseguiu compreender a situação do menino e muito menos o interesse da mãe. Continuou reclamando, afirmando que ele não acompanha as aulas como deveria, constrangendo diante de todos querendo dizer que a mãe dele é desinteressada, não faz nada para corrigi-lo etc.
Conclusão: o filho está com medo da professora porque ela briga muito com ele, a mãe vai transferi-lo de escola porque sente que ele está sendo perseguido pela professora que por sua vez aparenta estar sendo influenciada pela professora do ano anterior que também o rejeitava. A direção e a coordenação parecem não se envolver muito, pois houve um momento em que a professora teve postura agressiva com a mãe e nada ocorreu (a coordenação estava presente).
Ora, o mínimo que poderia acontecer seria a professora pensar pedagogicamente: “se esse menino aprendeu a ler agora ainda está se familiarizando com o universo da escrita. Todo conteúdo trabalhado não foi por ele apropriado como ela esperava. Talvez o processo seja lento até que se adapte. A mãe está cumprindo seu papel da melhor maneira possível. Etc. Etc. Etc.”. Esse é um exemplo de pensamento para demonstrar a necessidade de flexibilizar a idéia que se tem a respeito do comportamento do educando e da família e propor reflexão sobre esse tipo de situação que é tão comum.

Noêmia A. Lourenço

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

A AUTOESTIMA DO PROFESSOR

O PROFESSOR PRECISA SER ELOGIADO. NÃO CUSTA DIZER: PARABÉNS PELO TRABALHO, PROFESSOR!

O aluno é o indivíduo mais importante da escola. É o ser em formação que está lá para aprender e se desenvolver como cidadão, pessoa e para o mercado de trabalho, assim determina a lei.
A parceria da família com a escola é essencial. Isso precisa estar claro para a família de modo que se conscientize sobre sua fundamental importância na vida do (a) filho (a) desde a concepção. Família e Escola unidas fazem a diferença.
Por outro lado, há alguém tão importante quanto a escola e a família no processo de ensino e aprendizagem: o professor. Não dá para fugir dessa realidade.
Há professores que são dignos de honrarias. São excelentes educadores, comprometidos com o trabalho, com a escola. Estão sempre dispostos a contribuir da melhor forma possível com as famílias e, principalmente, com seus alunos.
Muitas vezes ou quase sempre não são compreendidos em suas ações, se veem sozinhos no meio da multidão e mesmo sabedores da falta de reconhecimento seja por parte da escola, família, aluno, sistema continuam desempenhando satisfatoriamente sua função fazendo jus a profissão escolhida.
Em inúmeros casos e automaticamente o professor é: professor, pai, mãe, irmão, tio, avô, médico, assistente social, juiz, advogado, detetive, psicólogo, enfermeiro etc. Às vezes todos esses profissionais de uma vez só diante de uma situação momentânea no cotidiano escolar. É fato inegável.
Cada dia para ele é desafiador, ser professor é um desafio.
O professor sente que por mais que faça nunca está bom, não consegue agradar.
Muitas pessoas o rotula de ‘porcaria’.
Professores que lidam com crianças são os mais desvalorizados.
Ah se todos os educadores tivessem o dom que eles têm!
Há um detalhe pouco ou nada discutido o qual cai num injusto esquecimento: o pedagogo é tão especialista quanto qualquer outro, aliás, é especialista da Educação, portanto com condições plenas para desenvolver o trabalho pedagógico básico e global.
Os professores precisam ter a autoestima elevada de maneira que possam produzir cada vez mais e melhor, e não somente os alunos. Necessitam de atenção tanto quanto qualquer pessoa envolvida no processo educacional.
Existe a Síndrome de Burnout que é um problema sério que acontece com professores e a escola deve estar atenta aos sintomas e auxiliá-los na medida do possível oferecendo um ambiente mais acolhedor, por exemplo. (verifique informações sobre a Síndrome de Burnout em vídeos anteriormente postados neste blog)

Reflita: aluno valorizado + professor valorizado = aprendizagem garantida + prazer ao ensinar e aprender.

Noêmia A. Lourenço

terça-feira, 2 de junho de 2009

ORAÇÃO DO(A) PROFESSOR(A)

Senhor, dá-me sabedoria para semear no coração de meus alunos sementes que, no calor da terra, despontem para a vida cheias de força para contemplar o calor do sol, o ar, a chuva e tantos outros espetáculos da natureza.
Sementes que possam brotar, crescer, frutificar-se, florescer e dar frutos. Frutos do amor ao próximo, da sabedoria, da humanidade, da solidariedade, da união e da paz.
Frutos que suportem tempestades e que possam conduzi-los na realização dos sonhos que se alinhem com Tua vontade, Pai.
Coloca ao lado deles, Senhor, pessoas que os motivem a sonhar, a lutar, a andar em retidão na grandiosa caminhada humana, deixando morrer seus próprios desejos para que sejam feitos os desejos do Pai Celestial.
Pai, capacita-me para que diariamente eu possa regar as sementes que Tu me confiaste na apaixonante missão de educar com o mais profundo amor de meu ser.
AMÉM.


Referência Bibliográfica

SILVA, Mônica Ferreira da. Soluções Pedagógicas. 1.ed. Belo Horizonte (MG): FAPI, 2007. vol. III





domingo, 17 de maio de 2009

A RESPONSABILIDADE DO PROFESSOR


Tratando-se das dificuldades de aprendizagem da leitura e escrita, vale ressaltar que essas são os maiores desafios dos profissionais da educação, especialmente dos professores os quais estão intimamente ligados a elas.
O professor, em sua formação, aprende a “dar aula”, de modo que ele se prepara apenas para ensinar e obter resultado satisfatório no processo de ensino e aprendizagem.
Todavia, a aflição surge quando esse resultado não acontece. Seu aluno “não aprendeu” o conteúdo aplicado.
A questão que mais assombra a mente do educador consciente de sua responsabilidade diante dessa situação é: ‘O que fazer para que os alunos que não corresponderam com os objetivos propostos aprendam?
No cotidiano escolar é a preocupação que mais assola o professor, pois ele é considerado na escola e fora dela o principal responsável pela formação do educando e os pais cobram excelentes resultados, afinal, a concepção que se tem é que “o professor está na escola para ensinar a ler e a escrever, portanto cabe a ele o desenvolvimento do meu filho”. É uma concepção não errada, porém limitada. A responsabilidade é do Estado, da Família e da Escola (LDBEN 9394/96).
A angústia da maioria dos professores alfabetizadores é tão intensa ao ponto de fazer com que eles não percebam que a superação desse conflito pode ser mais simples do que se pensa, partindo das próprias ações.
Segundo Weiss (2008, p.22), o fracasso escolar é causado por uma conjugação de fatores interligados que impedem o bom desempenho do aluno em sala de aula [sic], inclusive a atuação inadequada do educador.
Primeiramente, é importante ter claro a diferença entre dificuldades de aprendizagem e produção escolar momentaneamente prejudicada. [id]
O professor que consegue compreender essa dissociação já tem, o que se pode dizer, meio caminho andado.
É imprescindível que o professor alfabetizador faça uma análise das próprias ações no direcionamento do processo de aprendizagem do educando e reflita sobre as questões a seguir:
a) Por quê meu aluno não aprende?
b) A minha metodologia está adequada para a modalidade de aprendizagem dele?
c) O que ensino está de acordo com a sua realidade?
d) Estou dando-lhe atenção como espera e necessita?
e) Consigo perceber que meu aluno muitas vezes se comporta ‘inadequadamente’ como meio de desabafar e exteriorizar sofrimentos e sentimentos causados por um ambiente familiar prejudicado?
Weiss (2008), diz que “uma boa escola deveria ser estimulante para o aprender”. [sic] Cabe aqui também reflexão: ‘A escola é estimulante?’ ‘O professor incentiva seu aluno?’
Falando-se da educação psicomotora, os alunos têm os pré-requisitos básicos para a aprendizagem a partir do desenvolvimento psicomotor? Como é realizado o trabalho de psicomotricidade na escola? Há interdisciplinaridade?
Essas e outras questões promovem a idéia de que há muitos agentes causadores das dificuldades de aprendizagem. Entre eles está o modo de o educador conduzir o processo de ensino. A maneira como ele se relaciona com os alunos interfere profundamente na aprendizagem.
O relato a seguir é um exemplo de postura inadequada.

Numa classe de 3º ano um aluno apresentava sérios problemas de comportamento e aprendizagem. Causava confusões diariamente na sala de aula e durante o recreio. Todos os dias, praticamente, era levado à Diretoria.
Certa vez, ao retornar do intervalo adentrou a sala junto a professora e os demais alunos chutando mochilas que estavam ao chão. Os donos das mochilas começaram a reclamar em voz alta para a professora. Grande agitação aconteceu.
A professora aos gritos ordenou que todos sentassem e prestassem atenção ao que ia dizer. Ao mesmo tempo, foi-se aproximando do ‘aluno causador da bagunça’ com as mãos na cintura e ainda gritando disse: - Menino, o que é isso? O que você está fazendo? Que falta de respeito é essa? Já não chega a baderna que você apronta no recreio? Você gostaria que os colegas chutassem o seu material? (ele não tinha mochila, não podia comprar devido a situação sócio-econômica precária) – Na sua casa é assim também? As pessoas se chutam ou chutam as coisas?
O aluno, com raiva, respondeu olhando para o chão: - Chuta!
A professora se espantou, mas tentou não demonstrar mantendo o autoritarismo. Todavia, perguntou: - Ah é, como assim?
O menino respondeu com os olhos rasos d’água: - Meu pai quando chega bêbado, todo dia, briga com a minha mãe e chuta as coisa, o fogão, a geladeira, a parede, as porta... (fala real)
A professora ficou ‘sem graça’, porém tratou logo de baixar o tom da voz e disfarçar a falta de sensibilidade. Disse ao menino: - Tudo bem, mas aqui você tem que se comportar diferente! E isso serve para todos da classe. Vamos, terminem a tarefa em silêncio!
A aula transcorreu em clima agitado, o aluno ao invés de executar a tarefa solicitada desenhava e conversava com o colega que estava sentado na carteira ao lado.

A professora percebeu que ela agiu incorretamente. Foi simplesmente um momento, porém um momento delicado que traz conseqüências negativas às vezes para toda a vida.
Como o educador quer que os alunos não gritem se ele é o primeiro a gritar? Como ele quer ser compreendido se ele não compreende seus alunos? Como ele quer respeito se provoca medo? Afinal, para uma criança o adulto é um gigante. Pense na situação de aflição sentida por uma criança ao ver um gigante feroz se aproximando.
O fracasso escolar e a exclusão são evitáveis desde que o professor se comprometa a ajudar o aluno partindo da compreensão das reais condições do mesmo, respeitando as diferenças e a identidade cultural.
Antunes (2004, p. 33-35), enumera algumas ações para aulas inesquecíveis e afirma que “de nada vale inovar, criar, sugerir, inventar se essas ações não conduzirem à aprendizagem consciente, consequente, e, portanto, significativa”.
Rever ações didático-pedagógicas é fundamental para que haja práxis.
Gavaldon (1998) diz que: “o professor... é aquele que ensina, ajuda, constrói, vibra, ama, tem consciência de que vidas dependem dele, de que parte da humanidade, por ínfima que seja, está em suas mãos para ser construída, formada, para conseguir entender o mundo, seu meio, sua comunidade, sua família, para conseguir viver de maneira digna e se possível feliz...Contudo, se ele...simplesmente cumpre com sua obrigação, atura um bando de moleques malcriados, ganha uma miséria para se matar de trabalhar etc, etc., etc...Certamente, está tirando o direito de alguém de se tornar um cidadão”.
Ensinar é arte e todo artista educacional tem criatividade, ousadia, perseverança, otimismo e, caso pense que não tem, deve ir em busca de tudo o que lhe cabe: aprender a observar, pesquisas, conhecimento.
O bom professor tem o que pode ser chamado de ‘jogo de cintura’, pois por mais que se saiba que na sala de aula existem sucesso e fracasso, é necessário estar sempre atento e preparado para enfrentar os problemas que lá surgem, os desafios.
Imagine a seguinte situação: Um educador passou tarefa para casa, mas ocorreu chuva muito forte e a casa de uma aluna ficou alagada. A família perdeu muitos objetos inclusive os materiais escolares dos filhos e mesmo assim a aluna fez a lição num papel de pão amassado, aqueles tradicionais saquinhos. Como deve agir o educador ao receber a tarefa da menina? Há professores que não aceitam e ainda ridicularizam a aluna, constrangendo-a.
Cada dia é único, cada momento é único, cada ser é único.
O professor que sabe ver além das aparências e compreende a individualidade e as modelagens de aprendizagem a partir da própria vivência enquanto aluno, pode fazer a diferença.
A escola deve ser acolhedora, motivadora. A proposta pedagógica deve ser avaliada periodicamente e revisada de modo que seja possível elaborá-la de acordo com a necessidade do educando.
A parceria entre escola e família se faz necessária para garantir aprendizagem significativa.
O espaço escolar exige intervenção preventiva não apenas com o aluno, porém essencialmente com o professor que muitas vezes ou quase sempre pede socorro.
O aprendente quer oportunidade para se expressar, mas nem sempre manifesta esse querer como espera o educador. O aluno então pode se comunicar e chamar a atenção por intermédio de comportamentos indisciplinados. Indisciplina não significa falta de vontade e de interesse e sim um sintoma, um termômetro revelador de problemas os quais alguns podem ser resolvidos pelo professor, se ele assim o quiser.
Um professor opressor, que não promove o diálogo, que se mostra superior, faz com que os alunos se tornem incapazes de pensar. Os educandos fazem a distinção entre o bom professor e aquele que não é muito comprometido com sua função’. Eles são atentos, sensíveis, participativos, capazes e querem ser indagados. (Russo & Vian, 2001)
Molcho (2007) diz: “O professor deve conscientizar-se de que o comportamento das crianças, mesmo em idade escolar, ainda é determinado pelo hemisfério direito do cérebro. Sua capacidade de retenção ainda se organiza no sentido do todo. As crianças agem muito mais pelos sentimentos do que de maneira analítica e lógica.
Aos poucos, elas aprendem a usar o hemisfério esquerdo do cérebro, o pensamento analítico...”, e ainda, “...quanto mais prazeroso for o aprendizado – como quase sempre descobrimos mais tarde na vida -, mais fácil será a assimilação das informações, quer ligadas a temas concretos, quer abstratos.”
A aprendizagem é possível, desde que instrumentos, ações e ambientes alfabetizadores sejam adequados ao processo educacional.
O modo de o professor agir e se dirigir a um aluno interfere profundamente na aprendizagem. Ele deve ser sentinela do próprio comportamento, pois tanto pode elevar como destruir a autoestima do educando.
É fundamental que se estabeleça relação de afetividade na sala de aula.
O ambiente escolar precisa ser agradável e causar bem estar.
Um clima afetivo e equilibrado emocionalmente favorece o processo de ensino e aprendizagem.

Elogiar, sempre. Negligenciar, jamais!

Noêmia A. Lourenço



“O que faz as coisas difíceis parecerem fáceis é o educador.” (Emerson, filósofo)






BIBLIOGRAFIA REFERENCIAL E COMPLEMENTAR



ANTUNES, Celso. Como identificar em você e em seus alunos as inteligências múltiplas. 4ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2004.

FREIRE, Paulo. Professora sim / tia não: cartas a quem ousa ensinar. 8ed. São Paulo: Olho D’água.

GAVALDON, Luiza Laforgia. Nós educadores. São Paulo: Loyola, 1998.

LDBEN nº 9394/96 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional)

PINTO, Maria Alice Leite (org.). Psicopedagogia: diversas faces, múltiplos olhares. 2ed. São Paulo: Olho D’água, 2005.

RUSSO, Maria de Fátima; VIAN, Maria Inês Aguiar. Alfabetização: um processo em construção. 4ed. São Paulo: Saraiva, 2001.

WEISS, Maria Lúcia Lemme. Psicopedagogia clínica: uma visão diagnóstica dos problemas de aprendizagem escolar. 13ed. rev. e ampl. Rio de Janeiro: Lamparina, 2008.