Seja bem-vindo(a)!

Aproveite esta oportunidade para compartilharmos informações, textos, ideias e reflexões a respeito do processo de ensino e aprendizagem.
O conteúdo deste blog é direcionado a professores, coordenadores pedagógicos e diretores de instituições públicas e particulares de ensino, além de psicopedagogos, pais e interessados na prevenção contra problemas de aprendizagem.

Pense Nisso!


Nada está no intelecto que não tenha passado antes pelos sentidos
(Provérbio antigo)



Mostrando postagens com marcador ESCOLA. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador ESCOLA. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

PEDRO BANDEIRA NA REDE TV


ENTREVISTA COM PEDRO BANDEIRA – REDE TV


Na semana passada tive a oportunidade de ver uma entrevista do escritor brasileiro infanto-juvenil Pedro Bandeira na Rede TV. Foi muito gratificante. Segundo ele, “educação se aprende errando e é função da família”, e pode-se agregar nesse processo a vasta contribuição literária. Outra colocação que considero fundamental tratando-se das dificuldades de aprendizagem foi sobre a aprendizagem da leitura: o sujeito, no caso, a criança diz “não gosto de ler” porque “não sabe ler nem compreender”. Falou ainda que os adultos também apresentam o mesmo comportamento e todos, crianças, jovens e adultos, evitam falar “não sei” substituindo por “não gosto”.
Aproveitando o início de mais um ano letivo é importante refletir e discutir com pais, professores e todos os demais envolvidos com Educação e Aprendizagem da Leitura e Escrita sobre as ideias aqui compartilhadas. 
Fica aí uma sugestão, ok?...Abraço a todos....

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

"PROFESSORES E ESCOLAS COM PROBLEMAS" x SUPERAÇÃO

LUZ NO QUADRO NEGRO
Texto: Ana Luísa Vieira


Ao ser alfabetizada, Cybele ouviu barbaridades das professoras. Virou educadora para que outras crianças não passassem pelo mesmo. E transformaou o ensino de uma das regiões mais pobres da Bahia

 A FALA MANSA DE CYBELE AMADO, de 44 anos, comprova que não é preciso gritar para promover uma revolução. A ineficiência da agressividade. Aliás, é algo que ela conhece desde os primeiros anos de escola, em Salvador. “Quando aprendi a letra S, havia uma cobra desenhada na cartilha. Perguntei à professora se cobra não era com C, e ela berrou: ‘Você só precisa copiar! Assim nunca vai aprender a escrever!’”.
Diagnosticada com dislexia leve, distúrbio que fazia confundir algumas letras, Cybele se acostumou a receber no caderno mensagens do tipo “TUDO ERRADO!”. Mas, com a ajuda de uma psicóloga e da mãe, o possível trauma revelou-se vocação.
Já na 8ª série, Cybele descobriu que seria professora, e que usaria métodos bem diferentes daqueles que experimentou no primário. Numa viagem à Chapada Diamantina, conheceu um povoado com péssimas condições de ensino. Decidiu que aquele era seu lugar. Trocou o conforto da capital por uma casa sem energia elétrica. E com ternura, conhecimento e empenho transformou o ensino público da região. O Instituto Chapada de Educação e Pesquisa (Icep), por ela fundado, atende a 22 cidades da área central da Bahia, onde, em 2005, apenas 11% das crianças de até 8 anos sabiam ler e escrever. Hoje, o índice é de 80%.
Como as professoras viam sua dislexia?

Cybele – Elas não entendiam minha dificuldade. Para elas, era incompreensível que criança não aprendesse pelo método de juntar o B + A = BA, repetindo e repetindo. Até o dia em que minha mãe procurou uma psicóloga para me ajudar.
Qual tipo de apoio você recebeu?

Cybele – Toda noite, antes do jantar, minha mãe, que não terminou o Ensino Médio, reunia os seis filhos e lia Monteiro Lobato, Jorge Amado... Meu pai, caminhoneiro, ajudava na matemática. Repeti de ano uma vez e me lembro de uma sessão com a psicóloga. Ela me mostrou uma borracha, maleável, e uma prancheta, rígida. Perguntou como eu queria ser. Optei pela borracha.
Quando teve certeza de sua vocação?

Cybele – Na 8ª série, fui chamada para dar aula de reforço de matemática. Era divertido: usava os problemas do cotidiano para mostrar as operações, reunia a turma no pátio para estudar. Meus pais sempre falaram: “Quem não vive para servir não serve para viver”.
Esse lema te impulsionou?

Cybele – Tenho uma certeza visceral de que, em grupo, podemos mais. Acredito no método construtivista, que vê a criança como sujeito e estimula seus pensamentos. Aprendi que o ensino só acontece quando olhamos nos olhos dos dos alunos. O poder não pode estar centralizado no professor. Cheguei a montar uma escola baseada nesses princípios antes de ir para a Chapada Diamantina.
Como você descobriu a região?

Cybele – Passei um Carnaval lá. Voltei chorando, sem entender o abandono das escolas, e prestei concurso público para dar aula ali. Quando passei, fiquei radiante. Aos 23 anos, mudei para uma casinha onde nem sequer tinha energia elétrica, no distrito de Caeté-Açú, de menos de mil habitantes, na cidade de Palmeiras, a 480 quilômetros de Salvador.
E como começou a atuar?

Cybele – Dava aulas no Ensino Fundamental. Todos os alunos eram mais velhos que a faixa etária natural. Levei meus livros e discos. Fiz um concurso de poesia. Aos poucos, fui ganhando a confiança deles.
E a relação com os professores?

Cybele – Nós nos reunimos para discutir os problemas e pensar em planos de aula. Em 1996, nos inscrevemos no programa Crer para Ver, da Natura. Conseguimos apoio para que 70 professores fizessem cursos nos fins de semana, por dois anos. Estudávamos as boas práticas na sala de aula. Não se pode pensar que os alunos são caixas vazias nas quais podemos colocar o que bem entendemos. Eles precisam interpretar o que recebem. A evasão caiu, e a vizinhança quis replicar a ideia. Nosso trabalho se espalhou por 12 municípios.
Que novas práticas foram adotadas?

Cybele – Em uma aula de história, por exemplo, trouxemos um senhor de 88 anos que contou sobre os anos difíceis da Chapada. Durante a narrativa, fomos relacionando o relato a grandes fatos históricos. Também nos preocupamos em incentivar a leitura. Os professores passaram a oferecer livros aos meninos maiores para que escolhecem, lessem e os recomendassem aos colegas. Os menores interpretam o texto sentados em roda. Instigamos as crianças a perguntar e a ter vontade de obter respostas.
Assim nasceu o instituto?

Cybele – Foram os primeiros passos. Em 2000, enviamos novamente uma proposta para o Crer para Ver e realizamos novos cursos. Em 2006, fundamos o Instituto Chapada para coordenar o projeto.
Quais os números atuais?

Cybele – Já atingimos mais de 4 mil professores e 85 mil alunos de 22 municípios. Temos os três melhores Idebs (Índice de Desenvolvimento de Educação Básica) de toda a Bahia.
Qual a maior recompensa do projeto?

Cybele – Ver os meninos crescer. A Fernanda, por exemplo, filha de agricultores, acabou de entrar na Universidade Federal da Bahia. Acertou 80% da prova de língua portuguesa no vestibular, vai cursar letras. É gratificante demais. Para mim, a fé é a crença de que, juntos, podemos mudar tudo o que queremos.

 Para saber mais sobre o Icep, acesse: http://www.institutochapada.org.br

 Fonte: Revista Sorria* - Para Ser Feliz Agora – ed. 19 – ano 4 – abril/maio 2011– Editora MOL


terça-feira, 30 de agosto de 2011

PSICOMOTRICIDADE É ESSENCIAL...


A Psicomotricidade Como Pré Requisito Ao Processo De Alfabetização


Autor: Angela'>http://www.artigonal.com/authors/69898">Angela Adriana de Almeida Lima

Psicomotricidade é uma prática pedagógica que objetiva colaborar para o desenvolvimento global da criança no processo de ensino-aprendizagem, proporcionando os aspectos físicos, mental, e sócio-cultural, visando coerência com a realidade dos educandos. É a capacidade de coordenar os movimentos pressupondo o exercício de múltiplas funções psicológicas, motoras, de memorização, atenção, observação, raciocínio, discriminação, etc.  O entendimento dos processos relacionados à motricidade  é de suma importância para o planejamento pedagógico e psicopedagógico, centrado no desenvolvimento do aprendiz. Várias crianças tem apresentado deficit de aprendizagem devido á ausência de trabalhos focando certas habilidades necessárias a este avanço. Neste caso é necessário o apoio de um Psicopedagogo, que fará o diagnóstico e certamente, indicará a melhor maneira de se trabalhar com estas crianças. Todavia, este quadro pode ser evitado, se as Instituições responsáveis pela Educação Infantil adotarem o "brincar" como recurso necessário e diário em seus planejamentos.

A criança que anda sobre uma linha no chão; pula pneus, corda, amarelinha; rasteja; corre; engatinha; encontra objetos escondidos; percebe diferenças entre o cenário anterior e o atual; participa de atividades de musicalização; canta; dança; brinca de roda, de cabra cega, de passar anel, de baliza, de pique-pega, de pique-esconde, de pique-cola, de macaco disse, de Maria viola, etc... dificilmente apresentará dificuldades no processo de alfabetização. Os tradicionais rabinhos de porco e pontilhados dão lugar ao brincar com função pedagógica, andar sobre o rabinho de porco, desenhar no chão e observar seu desenho e os desenhos dos colegas. Ainda, adquirir ritmo através da musicalização, esquerda / direita, em cima / em baixo, fino / grosso, alto / baixo, grande / pequeno e tantas outra habilidades que possibilitam um rápido entendimento do processo de escrita e da leitura. Movimentos de pinça (pegar objetos com a ponta dos dedos), soprar canudinhos (bolinha de sabão), confeccionar pipas e brinquedos, rasgar e embolar papéis, reconhecimento de partes do seu corpo (macaco disse), favorecem o pegar no lápis e nos demais objetos escolares, estimulam o traçado das letras e a observação das diferenças entre b e d, por exemplo.

As trocas de V por F, D por T, podem ser evitadas desenvolvendo atividades que estimulem a percepção auditiva das crianças. Essas atividades possibilitam também a socialização dos educandos, respeito à sua vez, e às regras das atividades, disciplina e cooperação. A criança que tem o previlégio de fazer parte de uma Educação Infantil que enfatize as brincadeiras em seus planejamentos, certamente não encontrará dificuldades no processo de alfabetização, pois aprendeu de forma concreta, aquilo que no tempo certo irá colocar no papel. Em controvérsia, quando esta fase não é trabalhada, os danos se estenderão por boa parte - ou toda - a vida escolar da criança. A alfabetização pode e deve ser trabalhada na Educação Infantil, desde que isto aconteça de forma lúdica respeitando a idade e o tempo da criança.
/educacao-infantil-artigos/a-psicomotricidade-como-pre-requisito-ao-processo-de-alfabetizacao-693866.html

Perfil do Autor

Formada em Magistério Graduada em Pedagogia com Supervisão Escolar; Especialista nas áreas de Psicopedagogia Institucional; Docência Universitária e Inspeção Escolar.Trabalho como professora de Ensino Fundamental nas redes Estadual e Municipal,ministro minicursos e palestras com os temas Respeitando e Convivendo Com as Diferenças e Bullying em diversos contextos sociais.
www.angelaadriana.com.br>   

Fonte: http://www.artigonal.com/

quinta-feira, 28 de julho de 2011

QUANTA BAGUNÇA!!!

Criança e adolescente pensando...

“Muitas pessoas, a começar da minha família, me ensinam muitas coisas.
Mas.............. existe grande confusão na minha mente, no meu pensamento.
Há coisas que posso e devo fazer e ao mesmo tempo há coisas que não posso e não devo fazer. Bem, assim dizem...
Falam principalmente que aprendo através de exemplos.
Por falar em exemplos...
Dizem que não devo gritar, mas.. o que ouço?
Dizem que não devo jogar lixo no chão, cuidar do meio ambiente, mas... o que vejo?
Dizem que não devo mentir, mas... o que vejo e ouço?
Dizem que devo respeitar e tratar bem a todas as pessoas, especialmente os mais velhos, mas... o que vejo?
Dizem que não devo falar mal dos outros, mas... o que ouço?
Dizem que devo respeitar as regras de trânsito: atravessar na faixa e somente quando o farol estiver vermelho para os veículos, mas... o que vejo?
Dizem que quando aprendemos a dirigir também devemos não brigar, não xingar, respeitar todas as leis de trânsito, mas... o que vejo?
Dizem que não devo matar nem roubar, mas... o que vejo?
Dizem que não devo usar drogas de nenhum tipo, mas... o que vejo?
Dizem que não devo tomar bebida alcoólica, mas o que vejo?
Dizem que devo respeitar meus pais, irmãos, minha família, mas... o que vejo?
Dizem que devo estudar para ser alguém melhor, ter profissão e trabalho que oferecem excelentes salários, mas... o que vejo?
Dizem que para fazer certas coisas já sou grande, para outras ainda pequeno com tempo de sobra, mas... afinal, sou o quê? Posso o quê? Devo o quê? Quando?
Dizem que não posso participar de conversas e eventos de adultos, mas... o que vejo?
Dizem que devo ser organizado com todas as coisas, mas... o que vejo?
Dizem que não devo falar palavrões, mas... o que ouço?
Dizem que devo ser amigo das pessoas e respeitar os meus amigos, mas... o que vejo?
Dizem que devo respeitar a todos na escola, mas.. o que vejo?
Dizem que não posso sentir tristeza, raiva, ódio, vontade de me vingar, nem ser egoísta, mas... o que vejo?
Dizem que devo amar, somente amar, mas... o que vejo?
Enfim, dizem que devo respeitar as regras sociais, ser educado, bem comportado em todos os lugares e com todas as pessoas, mas... o que vejo?
Dizem que devo seguir uma religião. Religião? O que é isso?
Nossa...................... Ô dúvida cruel!”


Noêmia A. Lourenço

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

O BOM DESEMPENHO DA ESCOLA II

ENSINAR E APRENDER
A ajuda do professor-coordenador é essencial para que os docentes tenham possibilidade de crescer e se desenvolver profissionalmente

O professor precisa considerar os alunos como seres únicos e perceber que existe uma grande diferença entre ensinar e aprender. Esse é o ponto de partida para que se faça uma avaliação eficiente da aprendizagem, na opinião da pedagoga Raquel Brunstein, pesquisadora e coordenadora da área de Escola do CENPEC (Centro de Pesquisas para Educação e Cultura). Na entrevista a seguir, ela mostra como a análise do desempenho dos alunos pode ser útil para a diversificação do trabalho em sala de aula e para a busca de capacitação.

Por que é difícil, para a maioria dos professores, avaliar seu trabalho a partir do desempenho apresentado pelos alunos?

Para muitos professores, existe uma relação direta entre o que ensinam e o que é aprendido. Por isso, cobram do aluno exatamente o que ensinaram. Eles não percebem que os estudantes são seres que possuem histórias de vida diferentes e modos de aprender distintos. Quando o docente leva em consideração somente o conteúdo dado como referência para avaliar a aprendizagem, ele pode concluir que os alunos não são capazes de aprender. Então, sente-se frustrado, pois não percebe que a informação chegou aos alunos de diferentes formas.

Como o professor pode perceber, no dia-a-dia, se cada um de seus alunos está aprendendo?

Os alunos estão sempre aprendendo e avançando, em função do conhecimento que já possuem. Por isso, é muito importante observá-los, conhecê-los e saber ouvi-los. O professor deve estabelecer uma rotina de trabalho e adotar, por exemplo, um caderno de anotações, onde possa registrar como são todas as crianças e quais suas dificuldades e progressos. Dividindo quarenta alunos em cinco grupos, ele pode avaliar oito por dia. Após percorrer toda a classe, o professor volta ao primeiro grupo e, em seu caderninho, faz novos diagnósticos e comparações. Assim, vai atribuindo conceitos aos alunos e os avaliando.

Ao mesmo tempo em que faz essa avaliação contínua, de que maneira o professor pode diversificar seu trabalho para permitir que todos aprendam?

Se 30% dos estudantes de uma classe já assimilaram um determinado conteúdo, o professor vai criar um problema disciplinar se propuser que todos voltem ao mesmo assunto. Por isso, é essencial diversificar o trabalho em sala de aula. O professor pode propor aos mais adiantados tarefas para serem desenvolvidas nos cantinhos da classe, onde materiais pedagógicos referentes às disciplinas estão disponíveis, ou na biblioteca. Mas esse trabalho deve ser significativo e passar por avaliação. Enquanto isso, o professor deve propor novas atividades para que o restante dos alunos assimile o conceito já ensinado.

Como o professor-coordenador pode ajudar os docentes a transformar as dificuldades que sentem em sala de aula em caminhos para buscar sua capacitação?

É na troca de experiências com os pares que o docente vai aprender. Por isso, as HTPs (HTPCs)* devem ser planejadas como momentos de crescimento pr0ofissional para toda a equipe. Cabe ao professor-coordenador criar um clima favorável para que os docentes façam uma avaliação de seu trabalho. Quando o professor mostra o mau desempenho de sua classe, ele está se expondo, sentindo-se fracassado, o que não é fácil. Ele só fará isso se souber que alguém vai ajudá-lo. Identificadas as dificuldades dos docentes, o professor-coordenador deve buscar soluções, pesquisando e apresentando bibliografias e vídeos para discussão. As limitações dos professores em sala de aula podem ser, também, pontos de partida para cursos de capacitação promovidos pelas oficinas pedagógicas. E aí se incluem os professores-coordenadores, que não são seres oniscientes e também precisam estar constantemente se aperfeiçoando.

Raquel: “É importante observar os alunos, conhecê-los e saber ouvi-los”.



Fonte: Texto extraído do Jornal Escola Agora Aprendendo sempre. Ano II – nº 10 – abril 1997 – Secretaria de Estado da Educação – São Paulo. p. 3



*Observação da Proprietária do blog



O BOM DESEMPENHO DA ESCOLA I

CONSELHO DE AMIGO
A cada bimestre, os professores devem avaliar o ensino que a escola está ministrando, e não apenas o desempenho individual dos alunos


O primeiro Conselho de Classe e Série do ano marca o momento de avaliar o trabalho realizado no bimestre. Direção, professores e professor-coordenador devem-se reunir para analisar o desempenho das classes e determinar formas de sanar possíveis falhas. Sonia Teresinha de Sousa Penin, professora titular de Didática da Faculdade de Educação da USP e responsável pela Coordenadoria de Ensino da Região Metropolitana da Grande São Paulo (COGSP), e Arlete Scotto, pedagoga e delegada da 14ª Delegacia de Ensino, dão, a seguir, sugestões para que a equipe escolar torne o Conselho um meio de alcançar a melhoria da qualidade de ensino.

Mudar o foco da avaliação do individual para o coletivo:

A classe deve ser avaliada como um todo, e não os casos particulares de alunos. O professor não pode estar satisfeito se 25% dos alunos vão muito bem, 50% se encontrem na média e “apenas” 25% estejam indo mal. Todos os alunos devem estar aprendendo em uma sala de aula. Cabe à escola definir as estratégias para que as dificuldades de um grupo específico de alunos sejam superadas.

Avaliar o ensino, não apenas a aprendizagem:

O tema principal da reunião é a qualidade do ensino ministrado, relacionada aos resultados obtidos pelas classes, e não as notas alcançadas pelos estudantes. O trabalho desenvolvido em sala de aula deve ser analisado, inclusive a prática da avaliação. Relativize o papel das provas bimestrais somando-as a outros instrumentos, em função do aprendizado do aluno.

Procurar objetividade:

É fundamental afastar preconceitos que possam interferir na avaliação. Os resultados obtidos pelos estudantes em termos do domínio de conteúdos e habilidades devem ser analisados sem estigmatizá-los por suas características comportamentais, físicas, raciais ou socioeconômicas.

Contribuir para a dinâmica do Conselho:

O professor-coordenador e o diretor, responsáveis pela preparação da reunião, deverão montar gráficos ilustrando o desempenho das classes nas diferentes disciplinas, o que pode estimular as comparações. Os debates ficarão mais ricos com o relato de casos estudados em conselhos anteriores ou em pesquisas que tiveram como objeto de estudo as escolas da Rede. A colaboração do supervisor pode ser útil na análise da situação da escola.

Estabelecer estratégias de mudança:

Ao final da reunião, a equipe deve estar ciente de que o problema da não-aprendizagem é da instituição Escola, e não do aluno. O segundo passo é admitir suas deficiências e determinar o tipo de capacitação que necessita. Cabe aos docentes sugerir temas para as próximas reuniões de HTP (hoje HTPC)* e propor projetos de reforço e recuperação. O grupo deve determinar formas para aprimorar os instrumentos de avaliação, alterar as sitemáticas de trabalho e diversificar os recursos utilizados em sala de aula.

Preparar-se para a reunião de pais:

O Conselho é um bom momento para planejar a reunião de pais. Nas escolas onde a estratégia escolhida é a de professores-coordenadores para as classes, a reunião é a melhor oportunidade para conhecer a fundo o desempenho dos alunos e tornar-se apto para esclarecer as dúvidas dos pais. As famílias devem não apenas receber as médias alcançadas pelos filhos, como também ser informadas sobre a forma de ajudá-los em casa e sobre as ações da escola para sanar falhas detectadas. É essencial que o diretor e o professor-coordenador participem da reunião, apresentando aos pais o projeto da escola e seus objetivos e ressaltando a importância de sua participação para o sucesso escolar do aluno.





Fonte: Texto extraído do Jornal Escola Agora Aprendendo sempre. Ano II – nº 10 – abril 1997 – Secretaria de Estado da Educação – São Paulo. p. 1




*Observação da Proprietária do blog



sexta-feira, 21 de maio de 2010

LINGUAGEM TATIBITATE

"[...] Linguagem tatibitate - É um distúrbio (e também de fonação) em que se conserva voluntariamente a linguagem infantil. Geralmente tem causa emocional e pode resultar em problemas psicológicos para a criança [...]"



A partir do exposto acima é possível compreender de uma maneira simples o significado da linguagem tatibitate.
Pense na fala da uma criança no processo inicial da linguagem falada.
Quem nunca achou uma gracinha quando a criança diz “qué aca” ou “paca pota” ou ainda “dedê té pincá”?
Lindinho mesmo, não é?
Traduzindo a fala fica assim: “quero água”...”faca corta”.....”nenê quer brincar”.
O que ocorre na linguagem tatibitate é exatamente isso, a fala infantilizada que, infelizmente, é reforçada com a repetição daquele que já se apropriou do modo correto de falar, seja no grupo familiar ou social.
Normalmente repete-se o que a criança diz no mesmo modo, o que faz com que ela vá perdendo oportunidades de aprender a pronúncia correta das palavras.
A criança relaciona, por exemplo, algumas palavras a verbos conjugados no passado. Quando ela diz “trazi” ou “fazi” está associando a “comi”, “bebi” etc.
Não está errada a maneira como ela fala, está sim, precisando ouvir a maneira correta de se pronunciar as palavras.
Deve-se evitar corrigi-la aos gritos, porque a criança não tem culpa de ainda não ter aprendido a falar, e menos ainda se aos 9 anos ela ainda fala como um bebê. Às vezes a mamãe não quer que o bebê cresça, e ela é a pessoa que está mais próxima dele exercendo grande influência na sua vida.
Ao invés de falar da mesma forma que as crianças deve-se repeti-las corretamente.
Quando a criança diz “qué aca” é necessário responder com boa articulação e de preferência, que ela possa visualizar o movimento bucal. Pode-se perguntar a ela: “Você quer água?” ou “É verdade, a faca corta.” ou ainda “Você quer brincar?”
É fundamental que todos os envolvidos no processo de desenvolvimento da criança (família, parentes, escola etc.), estejam atentos a isso.
Realmente quando a criança começa a falar é bonitinho, mas o “bonitinho” pode gerar sérios problemas.
Na fase da alfabetização, por exemplo, poderá ocorrer a manifestação do distúrbio também na escrita, na leitura e deve ser corrigido com delicadeza.
Pelo fato de haver a possibilidade de o distúrbio ter como uma das causas interferência do aspecto emocional deve-se encaminhar o caso a um psicólogo.
Deve-se também encaminhar a um fonoaudiólogo para correção fonética.
Vale ressaltar que esse distúrbio pode causar problemas de aprendizagem, portanto um psicopedagogo poderá auxiliar.
É uma situação que deve, como tantas outras, ser bem compreendida e merece atenção e cuidado.
Atenção! No início pode ser visto como característica normal da linguagem, porém se perseverar ao longo do tempo é necessário que haja avaliação de especialistas.
Lembre-se: Pais e Educadores são modelos para as crianças.



ALGUMAS SUGESTÕES PARA PAIS E EDUCADORES AUXILIAREM A CRIANÇA NO PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM
(Redação Crescer)



- Promova o diálogo

- Aproveite situações do cotidiano para ouvir o que seu filho está falando e conversar com ele apresentando o nome das coisas. Assim, as palavras ganham significado e são gravadas com mais facilidade.


- Na hora das refeições, fale do prato, da colher, das cores e consistência dos alimentos.


- Aproveite o banho para nomear as partes do corpo e narrar as ações que a criança estiver fazendo: pegar o sabonete, a esponja, jogar água, esfregar a perna.


- Faça comentários sobre a forma e a textura dos brinquedos.


- Conte algo do dia com detalhes interessantes para a criança: o momento em que a vovó telefonou, uma coisa que você viu na rua.


- Leia e conte histórias.


- Ouçam e cantem juntos músicas e historinhas infantis.



Noêmia A. Lourenço


Referência:


FONSECA, Vitor - Escola. Quem és tu? Porto Alegre: Artes Médicas, 1993.

ASSUNÇÃO, Elisabete da. COELHO, Maria Teresa. Problemas de aprendizagem. São Paulo, SP: Editora Ática, 2002.


http://www.psicopedagogiabrasil.com.br


http://revistacrescer.globo.com/







sexta-feira, 14 de maio de 2010

JOGOS PEDAGÓGICOS

Os jogos são tipos de atividades que podem ser praticadas em todas as matérias, de diversas maneiras, facilitando a aprendizagem, desenvolvendo a originalidade, a criatividade dos alunos, enriquecendo e vivenciando fatos.
O professor que se utiliza de jogos torna-se mais seguro, desenvolvendo também a sua criatividade, inovando suas aulas e criando outros jogos.
Os jogos pedagógicos são excelentes recursos de que o professor poderá lançar mão no processo ensino-aprendizagem, porque contribuem e enriquecem o desenvolvimento intelectual e social na criança.
O professor poderá se utilizar de jogos e brincadeiras como recursos pedagógicos na construção da leitura e da escrita, Matemática e para ensinar todos os conteúdos, bastando saber usar o jogo na hora adequada.



Para ser um bom jogo, o professor deverá propor:



- Um jogo interessante e desafiador para as crianças resolverem.


- Verificar se o jogo é propício às crianças de acordo com o seu desenvolvimento e prontidão.



- Dar oportunidade que todos possam participar ativamente do princípio ao fim do jogo.



- Permitir que as crianças possam se auto-avaliar no final do jogo.



Para que o jogo seja produtivo, deve-se fazer com os alunos o levantamento das atividades básicas de comportamento:



- Não tomar iniciativas sem consultar o grupo.



- Dar a todos os mesmos direitos de participar e vencer.



- Saber o momento de falar e ouvir.



- Não interromper o companheiro, quando este estiver expondo seu ponto de vista.



- Saber perder.



- Não colocar a culpa dos fracassos nos outros.



- Não desvalorizar os vencidos.



- Deixar tudo em ordem no final, da mesma forma que estava inicialmente.




A IMPORTÂNCIA DO JOGO

Na área cognitiva:



- Desenvolve na criança a capacidade de observação do meio à sua volta, através de comparações de semelhanças e diferenças.



- Permite a elaboração de certas estruturas: classificação, ordenação, estruturação de tempo e espaço; primeiros elementos de lógica, através da resolução de problemas simples, buscando estratégias para vencer o jogo.



- Comunicação e expressão usando da necessidade de explicar as regras, contestar ou comentar as fases do jogo.




Na área motora:



- O jogo permite à criança ocasiões para criar e construir seus próprios brinquedos aperfeiçoando as suas habilidades.



- O jogo permite que a criança possa avaliar a sua competência motora, sendo motivada a se ultrapassar pelo autodesafio.



Na área sócio-afetiva:



- O jogo permite à criança a se livrar do seu egocentrismo.



- o jogo permite à criança a viver situações de colaboração, competição e também de oposição.



- O jogo permite à criança a conhecer regras respeitando o parceiro, aumentando seus contatos sociais.



JOGOS NO PROCESSO EDUCATIVO



A atividade lúdica proporcionada pelos jogos deve ser o desencadeador de todo o processo de aprendizagem.
O jogo desenvolve a imaginação e exige a tomada de iniciativas, desafiando a sua inteligência para encontrar soluções para os problemas.
Através de jogos, as crianças desenvolvem o seu raciocínio e constroem o seu conhecimento de forma descontraída.
Ao tomar decisões usando as regras para obter resultados desejados, estas mesmas regras fazem com que as crianças construam os seus limites agindo como sujeito de sua aprendizagem.
De acordo com o nível do aluno, o professor poderá desenvolver conteúdos específicos, propondo os mais variados tipos de jogos que não precisam ser sofisticados ou caros.
Utilizando materiais de sucatas como: caixas de vários tamanhos, garrafas e recipientes de detergentes, xampus, latinhas de cerveja, poderão ser confeccionados pelo professor ou pelos alunos variados tipos de jogos.
Dependendo da criatividade, poderão ser confeccionados jogos que envolvam as mais variadas disciplinas: Português, Matemática, Ciências, Geografia e História [...]







Fonte: PINTO, Gerusa Rodrigues; LIMA, Regina Célia Villaça. O dia-a-dia do professor. 3 ed. Belo Horizonte (MG): FAPI. vol. II









domingo, 18 de abril de 2010

A BOA COMUNICAÇÃO E O CONHECIMENTO INTEGRANDO ESCOLA E FAMÍLIA

Olá, Querido Seguidor e Você que está visitando este Blog pela primeira vez!

Amo escrever, postar minhas ideias e compartilhá-las. Por outro lado também adoro divulgar ideias de outros educadores, pensadores, pesquisadores, especialistas etc., desde que sejam pertinentes ao blog. Neste último caso, ao encontrar bons materiais imediatamente quero dividi-los com você e acabo não colocando meus textos. “Faz parte!” (risos carinhosos)
De qualquer forma tudo é válido para uma boa reflexão individual e coletiva!
Postarei textos extraídos também de coleções de livros destinadas à Educação Infantil e Ensino Fundamental I que fazem jus ao processo de alfabetização.
A ideia de postá-los aqui partiu de estudos de casos que tenho realizado nos atendimentos psicopedagógicos.
Percebo que há necessidade de maiores esclarecimentos nessa área tanto no âmbito familiar quanto no núcleo pedagógico da escola. Haja vista que ambos podem em parceria fazer a diferença partindo do conhecimento.
Às vezes a família não entende o que lhe é solicitado porque “não sabe” e a escola por sua vez deveria compartilhar “o que sabe” de modo a evitar situações desagradáveis.
Quero que fique claro que estou sendo imparcial, como sempre, pois cada envolvido no processo educativo tem sua parcela de responsabilidade. Isso é fato!
A família nem sempre manifesta oralmente as suas dificuldades, seja por questão de privacidade ou por falta de oportunidade.
A escola cobra da família atitudes que, quase sempre, dependem do conhecimento que a própria escola poderia proporcionar e não o faz. Por exemplo: será que todas as famílias que têm filhos em idade escolar e que freqüentam escola sabem sobre as hipóteses da escrita? O que se passa na cabeça da família ao saber que a criança está na ‘hipótese silábica sem valor sonoro’ se ela não conhece o significado e o processo de desenvolvimento das hipóteses silábicas?
Esse é um problema sério que exige atenção e cuidado por parte da escola.
A família acaba por maldizer a escola quando ela não consegue corresponder com as propostas pedagógicas oferecidas pela mesma porque “não sabe”.
Há a possibilidade de maior integração entre escola e família por intermédio da comunicação clara também na área da alfabetização no que tange a leitura e a escrita.
As Reuniões de Pais e Mestres é uma excelente oportunidade para tratar também de assuntos referentes à aprendizagem. A família, em determinados momentos, pode se tornar aluna.
O professor pode, por si mesmo, acrescentar em sua pauta de reunião de pais e mestres a abordagem desse tema tão precioso que é a alfabetização, quando a escola não inclui como pauta geral. Além disso, é comum ao final da pauta escolar sempre haver espaço para tratar de assuntos pedagógicos individuais e/ou coletivos ficando muitas vezes a critério do professor, não é mesmo?
Importante ressaltar que não existe "ERRO" nem da parte da escola nem da família, simplesmente ambas “ERRAM” (fazem), tentando ACERTAR!!!
Vamos pensar nisso com carinho?

Grande abraço

Noêmia A. Lourenço






sexta-feira, 2 de abril de 2010

AVALIAÇÃO EXIGE CUIDADO!

SOU UM GÊNIO E NEM SABIA


No final do ano, devido à promoção automática para a série seguinte, a professora coordenadora estava tendo a maior dificuldade para explicar a um aluno seu porque ele tinha sido promovido, embora ele tivesse sido indisciplinado e nada tivesse feito o ano todo, exceto bagunça e vadiagem.


O aluno, por sua vez, também estava surpreso por ter sido promovido e queria saber da professora porque ele tinha sido aprovado em cada matéria:


--- Professora, como fiquei com “C” em Matemática, se eu não fiza nada?


--- Se você fizesse, você acertaria?


--- Não.


--- Então, você não fez, não acertou, mas também não errou. É “C”.


--- Mas e em Português? A Professora me colocou para fora da sala porque eu ficava o tempo todo falando para as meninas: “Eu tenho, você não tem. Eu tenho, você não tem”. Como é que eu fiquei com “C”?


--- Ora, você conjugou o verbo “ter” em duas pessoas. E uma no negativo.


--- Mas como fiquei com “C” em Inglês? Ninguém prestava atenção na aula dele.


--- Pois é, o professor, por ninguém ligar para ele, passou o tempo todo dando aula para ele mesmo e assim aprendeu muito e deu “C” pra vocês em agradecimento.


--- E Geografia? A professora mandou eu ir ver se ela estava na esquina.


--- Você foi?


--- Fui, mas ela não estava lá.


--- Ela não estava lá porque você foi pra esquina certa. Você tem noção de direção. Isso é importante em Geografia.


--- E em Educação Artística? Eu fui suspenso por causa da professora.


--- O que você fez para ser suspenso?


--- Ah! Eu entreguei um desenho e ela pediu pra eu caprichar mais, dar uma pintada nele. Eu fiz o que ela mandou: desabotoei a calça, tirei e dei uma “pintada” no desenho!


--- Sabe o que é, em Arte o toque pessoal conta muito e você deu um bem pessoal no desenho.


--- E em Ciências?


--- Bem, a professora disse que te usou em uma pesquisa que ela fez.


--- Que pesquisa?


--- Ela pesquisou se há vida inteligente entre duas orelhas de um aluno como você. Como ela achou pelo menos vida, ela deu “C”.


--- Mas e em História? Como eu fiquei com “C”?


--- Bem, embora você tenha dito que a “Lei do Ventre Livre” permitia que os escravos tomassem purgante quando eles estivessem com prisão de ventre, pelo menos você acertou que a Lei se referia a escravos.


--- Ah, entendi.


A professora já estava se sentindo aliviada por ter conseguido explicar tudo quando o aluno voltou:


--- Professora, só mais uma coisinha!


--- O que é agora?


--- Professora, se eu fiz tudo isso, por que fiquei só com “C” e não com “A”?










Autor desconhecido


AGRESSIVIDADE NA SALA DE AULA/ESCOLA.....

AGRESSIVIDADE NA ESCOLA



Quando o aluno agride o professor, ele pode estar respondendo a variadas situações. O aluno pratica atos agressivos em determinadas circunstâncias e é muito perigoso generalizar as causas da agressão, pois cada caso deve ser analisado por si, isto é, ‘cada caso é um caso’. Vejamos. A indisciplina pode ser usada como:

a) Recurso contra o autoritarismo: o aluno pode estar reagindo a uma agressão, explícita ou velada, do professor. A agressão do professor pode se manifestar de diferentes formas: uma palavra ameaçadora, um olhar cruel ou de menosprezo, uma humilhação frente à classe, um ignorar ou ridicularizar um trabalho, uma manifestação de preconceito ou de desprezo, enfim, todo tipo de atitude que o aluno sinta como falta de respeito, como tentativa de interferência em sua liberdade para ter sua própria opinião, expor suas razões e desenvolver sua autonomia. Tudo o que leve o aluno a temer o ridículo e a sentir-se com uma auto-imagem desqualificada, pode provocar a agressividade. Se o professor é injusto, o aluno sente-se agredido.

b) Expressão da falta de autoridade: a falta de autoridade demonstra insegurança por parte do professor e o aluno fica sem parâmetros para conduzir-se.

c) Transferência para o professor de problemas referentes a outros adultos significativos: quando a criança chega à escola, ela traz toda uma experiência relacional que adquiriu na família. Ela traz idealizações sobre o adulto formadas em suas relações primordiais com seus pais. Essas relações primordiais transformam-se em protótipos das demais relações sociais e são reeditadas na sala de aula. As imagens parentais, ou seja, imagens formadas dos adultos com base nas relações primordiais com os pais, se negativas, jogam culpas sobre o professor, culpas essas que pertencem a figuras internalizadas de adultos significativos. Nesse caso há um deslocamento da agressão da figura materna ou paterna para o professor, adulto que representa aquelas figuras, talvez de forma menos ameaçadora, uma vez que os laços são menos intensos e angustiantes.

d) Perturbações do clima familiar: a atitude relacional da criança na escola pode estar sendo afetada por situações que perturbem o clima familiar, tais como, luto, divórcio, nascimento de um irmão, choque sexual e outras.

Vale ainda ressaltar a diferença de atitudes e expectativas entre a criança e o adolescente. A criança até por volta dos dez anos tem maior tendência a uma submissão afetuosa. Ao entrar na puberdade, a hostilidade é utilizada de forma mais agressiva, pois a necessidade de afirmação suscita sentimentos de oposição em relação ao adulto. Faz parte dessa fase de crescimento a renúncia à atitude de submissão da primeira infância. A rebeldia pode ser explicada como dificuldade em romper laços profundos criados na infância. A revolta do adolescente, que significa necessidade de crescer e auto-afirmar-se, é mais saudável que a submissão passiva. Para não demonstrar sua insegurança, o adolescente comporta-se de modo oposto. Isto é, quanto mais inseguro, mais arrogante e agressivo ele se mostra. Ao estabelecer-se na adolescência, por volta dos quatorze ou quinze anos (idade que corresponde ao período das operações formais na teoria piagetiana), os juízos do aluno em relação ao professor se tornam mais nítidos. O adolescente tenta justificar mais seus sentimentos e racionalizar seus juízos.

De qualquer forma, se o professor extravasa toda sua hostilidade, não consegue diferenciar-se dos alunos. Se o professor sente a agressão como pessoal, se ele corresponde a ela e reage como se a criança fosse um adulto, ele confirma a imagem internalizada do mau adulto que a criança formou em suas relações primordiais.

Caso o professor consiga distanciar-se da situação e dar suporte à agressão do aluno, poderá ensinar-lhe outras formas de atuar. Na verdade, o professor poderia perguntar-se: a quem agride essa criança quando me agride? Por que me incomoda essa agressão? As respostas a essas perguntas poderiam esclarecer muitas situações.



Texto elaborado por Ana Maria Falsarella